Sete meses após reabrir, o Centro de Atendimento Socioeducativo Provisório (Casep) de Itajaí ainda é um dilema para a segurança pública da região. A administração da unidade conseguiu driblar da rotatividade de profissionais e está implantando projetos para a inclusão dos jovens ressocializados. Mas isso não tem impedido fugas e a lotação é uma constante. Devido a esses e outros fatores, o Estado pretende retomar o controle da unidade até o fim do ano que vem.

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Para o secretário-adjunto de Justiça e Cidadania, Sady Beck Júnior, é inconcebível que fugas continuem ocorrendo na unidade mesmo após a intervenção do Departamento de Administração Socioeducativo (Dease) em fevereiro deste ano. No último dia 23, dois jovens fugiram pulando o muro da unidade.

– O histórico de fugas a gente não vai conseguir coibir nunca. É preciso ter uma proposta de reeducação diferente para convencer o adolescente da ressocialização e para ele não querer fugir – diz.

Além das fugas, a lotação compromete as tentativas de melhoria na unidade. Reassumindo o Casep o Estado deve propor que o local não tenha mais o caráter de provisório. O internamento já ocorre na prática, visto que mais de 80% dos adolescentes que estão na unidade hoje já foram julgados, segundo a ONG Sonhos de Liberdade, que administra o local.

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– Temos um problema estadual de vagas na internação definitiva, diante dessa falta de vagas os Caseps absorvem os infratores recolhidos em caráter definitivo – explica Beck.

Atualmente, Santa Catarina tem cerca de 100 vagas definitivas e outras 250 provisórias. A intenção é de que o Estado assuma além da administração do Casep de Itajaí outras unidades grandes como Chapecó, por exemplo.

Pauta

A unidade foi pauta na semana passada durante reunião do Consórcio Intermunicipal de Segurança com Cidadania da Costa Verde e Mar (Cisvemar), do qual fazem parte Balneário Camboriú, Camboriú, Itajaí, Itapema e Navegantes. Na ocasião, os representantes dos municípios concordaram que não há mais como o Casep ficar como está.

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A secretária de Segurança de Itajaí, Susi Bellini, enfatiza que a estrutura não comporta mais o volume de adolescentes. Ela lembra que o local ficou fechado para reforma no ano passado, mas além das melhorias não houve ampliações.

– Precisamos bater de frente novamente com a Secretaria de Justiça e Cidadania, vejo a necessidade de um novo Casep – diz.

Durante o encontro, os líderes deixaram claro que a questão do Casep é um problema de todas as cidades da região e não apenas de Itajaí. O presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) de Balneário Camboriú, Valdir de Andrade, informou, inclusive, que membros do judiciário vem atuando nesse sentido:

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– Em Balneário Camboriú, o promotor e o juiz estão pressionando para que o município se coloque nisso.

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