De janeiro até 10 de fevereiro deste ano o Casep de Itajaí registrou quatro fugas, nas quais mais de 20 adolescentes escaparam. Depois disso, o Dease se viu obrigado a intervir na unidade e enviou profissionais do departamento para capacitar os funcionários ONG Sonhos de Liberdade.

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Desde a intervenção, apesar de mais duas fugas terem ocorrido, muita coisa mudou na unidade segundo o presidente da ONG, Maurício Nonato. Conseguir acabar com a rotatividade de funcionários melhorou muito o trabalho dentro do centro, segundo ele. Agora, a organização trabalha para conseguir colocações para o egresso do Casep.

A ONG conseguiu implantar oficinas de montagem e desmontagem de computador, música e futebol. Essa última conta com o apoio do clube Marcílio Dias há dois meses. Tanto que no próximo dia 15, um dos internos da unidade tem um teste na categoria de base do time. Caso passe na seletiva, ele estará autorizado a sair da unidade para os jogos:

– Nós temos que implantar parcerias para ressocializar esse jovem, senão ele sai daqui e volta para o sistema.

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A ONG fazia um trabalho semelhante em uma unidade socioeducativa em Minas Gerais e lá, segundo Nonato, a fundação conseguiu ressocializar mais de 14,5 mil adolescentes em 15 anos. Há um jovem, inclusive, que foi jogar futebol fora do país.

– Se você perguntar todos eles querem participar das aulas de futebol, mas claro que não é só isso. Temos que ter condições de oferecer outros meios para esse jovem não voltar para o crime – afirma.

Para melhorar ainda mais o atendimento no Casep, Maurício Nonato encaminhou recentemente à Justiça um pedido para viver 72 horas como interno do Casep. A intenção é entender melhor como vivem os adolescentes e por quais problemas eles passam.

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