A intervenção do Departamento de Administração Socioeducativo (Dease) no Centro de Atendimento Socioeducativo Provisório (Casep) de Itajaí, iniciada há 14 dias, continua durante o mês de março. Até agora, foram tomadas medidas como a contratação de novos profissionais e treinamento adequado para tentar conter as fugas que vinham ocorrendo na unidade. Só neste ano foram quatro.
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Quarta-feira a Comissão de Segurança da Câmara de Vereadores itajaiense visitou o centro, com o intuito de conhecer melhor a realidade da instituição. O presidente da ONG que administra o Casep, Maurício Nonato, avaliou positivamente a visita.
– É importante termos a participação da comunidade e poder contar com esse apoio. Conseguimos expor, por exemplo, que a criação da Guarda Municipal nos ajudaria muito – disse.
Desde que a intervenção iniciou não houve novas fugas da unidade. O diretor do Dease, Sady Beck Júnior, explica que a principal deficiência percebida nessa primeira etapa, foi em relação aos educadores.
– É preciso ter um preparo para lidar com adolescentes, mas também não podemos cobrar de forma mais rígida se o Estado não forneceu preparação. Por isso, junto com a intervenção os educadores estão sendo orientados – explica.
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Beck diz que alguns educadores foram trocados por conta disso. O presidente da ONG que administra a unidade, ressalta que oito novos profissionais foram contratados, incluindo um supervisor de equipe e um coordenador de segurança, ambos com experiência. Assim, hoje a unidade conta com 24 educadores e 32 funcionários ao todo, além dos quatro profissionais do Dease que se revezam na intervenção.
Quarta-feira o Casep estava com 31 internos, sendo que a capacidade é de 30. Segundo Maurício, um adolescente passou a noite na unidade e estava sendo transferido ainda na quarta para outra unidade no Estado.
Presidente da Comissão de Segurança, Carlos Ely (PPS) vê a necessidade do Estado aumentar o valor repassado à ONG que administra o centro. Com isso seria possível melhorar o salários dos educadores, que é algo em torno de R$ 1,2 mil atualmente. Thiago Morastoni (PT) e José Ferreira (PP), quem integram a comissão também participaram da visita.
Os parlamentares foram unânimes em dizer que a estrutura física do local é boa, mas cabe melhorar a questão salarial.
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14 de janeiro – Três dos quatro monitores que trabalhavam no Casep no momento da fuga dos nove adolescentes são demitidos por justa causa. Os monitores contaram à polícia que foram agredidos com cadeiras e pedaços de pau pelos jovens.
31 de janeiro – Dois internos escaparam no local durante a tarde e, à noite, outros 11 fugiram. De acordo com a Polícia Militar, eles teriam rompido cadeados usando barras de ferro retiradas das grades das janelas e rendido os monitores, que abriram as portas.
10 de fevereiro – Dois adolescentes, armados com barras de ferro, renderam o monitor na noite de domingo e fugiram.
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