A Câmara de Vereadores de Itajaí se prepara para enfrentar um novo mal-estar causado pelas investigações do Gaeco. Agora, o inquérito da Operação Dupla Face, divulgado com exclusividade pela reportagem nesta sexta-feira, criou uma situação incomum na casa: um dos 23 indiciados, o vereador Laudelino Lamim (PMDB) é um dos membros da CPI da Codetran, que investiga fatos apurados pela instituição na Operação Parada Obrigatória 2.
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Além de fazer parte da CPI, Lamim também é membro da Comissão de Ética da Casa. Segundo o Gaeco, o parlamentar é suspeito de corrupção passiva por supostamente ter pedido R$ 300 mil e uma viagem em um cruzeiro como pagamento de propina a um empresário.
Um dos indícios sugere que Lamim solicitou ao representante da construtora responsável pelas obras do Residencial São Francisco de Assis (projeto do programa Minha Casa, Minha Vida no município) R$ 300 mil em troca de agilizações de pagamentos devidos pelo município. Em outra ocasião, o vereador teria solicitado ao empresário o pagamento das despesas de uma viagem de navio feita por um engenheiro.
Os dois crimes teriam ocorrido em 2013, quando Lamim respondia pela Secretaria de Habitação do município. Procurado pela reportagem, o vereador demonstrou tranquilidade sobre as suspeitas, mas preferiu não se manifestar sobre o caso – já que não teria sido comunicado oficialmente sobre o indiciamento.
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Além de Lamim, os vereadores Douglas Cristino (PSD) e Nabor Afonso Arruda(PMDB) – presos anteriormente pela Operação Dupla Face – foram indiciados pelo Gaeco. Osvaldo Gern (PP) e Sadi Pires (PMDB), que passaram pela Câmara neste ano, também estão na lista de indiciamentos da operação.
Como fica a CPI da Codetran
O presidente da CPI da Codetran, vereador Thiago Morastoni (PMDB) disse que não irá se manifestar no momento em relação ao indiciamento de Lamim. Segundo ele, como ainda não houve denúncia formal é muito cedo para tomar qualquer medida.
– Se for oferecida denúncia, acredito que ele mesmo deva pedir afastamento das funções, senão vamos solicitar – explica.
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Morastoni afirma ainda que esse tipo de denúncia acaba afetando a imagem da CPI da Codetran, porém relata que não se pode controlar a vida dos membros e que essa situação só foi registrada depois que o vereador foi indicado para a comissão.
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