A Polícia Civil de Navegantes começará a ouvir na próxima semana testemunhas sobre o linchamento de Alcides Candeia, 63 anos. O homem foi assassinado a pedradas e pauladas por cerca de 20 pessoas, no bairro São Paulo, na quinta-feira à noite. Até a tarde deste domingo nenhum suspeito do crime havia sido preso.
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Na sexta-feira o delegado Ricardo Labes, responsável pelo caso, instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da morte e identificar os suspeitos de ter linchado Candeia. A falta de câmeras de segurança e o medo da comunidade em relatar o que o ocorreu no dia do crime também têm dificultado a investigação, segundo os policiais.
A Polícia Civil informou ainda que as cerca de 10 cartas encontradas na casa da vítima serão periciadas. O exame deve analisar se os bilhetes foram ou não escritos por crianças. Em alguns trechos, conforme a polícia, quem escrevia propunha trocar chocolates por favores sexuais. No entanto, nenhum dos indícios foi confirmado até o momento.
Entenda o caso
Alcides Candeia foi assassinado na quinta-feira à noite, quando cerca de 20 pessoas invadiram sua casa. Ele foi morto a pauladas e pedradas em um corredor estreito do lado de fora da residência. Segundo os Bombeiros, teve esmagamento de crânio e diversas escoriações pelo corpo.
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O linchamento ocorreu na casa 363 da Rua Manoel Gualberto, no bairro São Paulo. De acordo com a polícia, testemunhas afirmavam que a vítima teria envolvimento com pedofilia – suspeita que, até este domingo, não havia sido confirmada.
Parentes do homem relataram à Polícia Civil que ele morava sozinho na cidade há 12 anos e era evangélico. Eles também desconheceriam qualquer envolvimento da vítima com crimes ou drogas. Alguns vizinhos, que não quiseram se identificar, disseram que só souberam dos boatos sobre pedofilia na noite do linchamento.
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