Pelo menos dois ônibus com integrantes da Ocupação Amarildo chegaram por volta da meia-noite desta quarta-feira ao terreno na região do Maciambu, em Palhoça, na Grande Florianópolis. Alguns membros do movimento também deixaram a área montada na margem da SC-401, em Florianópolis, em carros e motos. O grupo começou a se instalar no local durante a madrugada desta quarta-feira.

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Um dos líderes da ocupação, Rui Fernando Filho disse que a mudança de terrenos é uma solução provisória para as famílias. Segundo ele, a intenção é retornar à área na SC-401.

– Esperamos que nesse lugar (o terreno do Maciambu) a gente possa juntar forças para voltar para aquela área (na SC-401). É uma vitória para nós conseguirmos tirar tantas famílias da periferia, mostrando que o povo pode ter dignidade. Se não fosse pela nossa ação, aquela terra (na SC-401) não voltaria para Florianópolis – afirmou referindo-se à discussão a respeito da posse do terreno, que pode ser da União.

Rui Fernando disse ainda que a área em Palhoça não foi invadida, pois houve consentimento do proprietário em receber as famílias no local. O terreno em Palhoça está sendo questionado na Justiça como área indígena.

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Desocupação na SC-401 iniciou na noite desta terça-feira

O primeiro ônibus com integrantes da Ocupação Amarildo deixou a área em Florianópolis perto das 22h30min desta terça-feira. O prazo para a liberação da área, determinado judicialmente, era até a meia-noite desta quarta-feira. O veículo saiu com escolta de uma viatura e duas motos da Polícia Rodoviária Estadual.

A decisão de deixar o terreno na SC-401 foi tomada em uma reunião na noite desta terça-feira entre Ministério Público Federal, Defensoria Pública da União e integrantes da Ocupação Amarildo.

Ônibus chegaram na ocupação durante o dia para transportar as famílias até Palhoça, onde devem ficar em um espaço de sete hectares na Estrada Geral de Maciambu.

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O terreno é administrado pelo Instituto Kairós, instituição filantrópica e centro para tratamento de dependentes químicos e está desocupada desde 2013. A área pertence a um particular, que não quer se identificar.

Minutos depois da decisão, o MPF e a Defensoria da União lançaram nota afirmando não concordar com a decisão. Segundo os dois órgãos federais, a primeira proposta do Incra seria de transferir as famílias para Canoinhas, no Planalto Norte catarinense, mas que foi recusada pelos acampados.

“O Ministério Público Federal e a Defensoria Pública da União esclarecem que não chancelam qualquer decisão que não seja a apresentada pelo Incra, dentro do parâmetro da legalidade, a exemplo da possibilidade de realocação das famílias na região do Maciambu, em Palhoça. Tal iniciativa poderia aumentar as tensões em uma região que já apresenta conflitos”, diz a nota.

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