Após sete horas de reunião a porta fechadas na sede do Ministério Público Federal (MPF), os líderes da Ocupação Amarildo deixaram às pressas o local, na Avenida Beira-Mar Norte, em Florianópolis.
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Um dos líderes, Rui Fernando Filho, na rápida conversa com os jornalistas, disse que a transferência da SC-401 para uma área no Bairro Maciambu, em Palhoça, será provisória.
O terreno é administrado pelo Instituto Kairós, instituição filantrópica e centro para tratamento de dependentes químicos.
A reunião começou às 14h e se encerrou às 21h no gabinete do procurador do MPF, Maurício Pessutto, que atua na área dos direitos do cidadão. Ele não deu entrevistas ao final da audiência.
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Segundo a assessoria de comunicação do MPF, ele não se pronunciaria sobre o assunto nesta terça-feira.
Participantes relataram ao DC que o encontro transcorreu tenso, sem consenso e marcado por idas e vindas sobre o novo destino que abrigaria as famílias.
Advogados e integrantes do Sindicato dos Bancários também estiveram no MPF, além de representantes da Funai (Fundação Nacional do Índio) e Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). O vereador Lino Peres (PT) também compareceu.
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Depois de responder poucas perguntas, Rui e os demais líderes seguiram para a SC-401, onde coordenariam a transferência. Rui foi de carona no carro da Prefeitura em que também estava o secretário da Assistência Social de Florianópolis, Alessandro Abreu.
A maioria dos demais participantes saiu pela garagem em carros e não parou para conversar com a imprensa. Confira a entrevista dada por Rui Fernando:
Como o movimento vê esse local definido em Palhoça?
Rui Fernando Filho – Já discutimos desde ontem à noite. Foi um acordo. A situação lá é provisória
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Quanto tempo ficarão nessa área?
Não sei. Vamos conversar ainda.
Como foi a reunião com o Ministério Público Federal? O que foi colocado na mesa de negociação?
A proposta deles não era uma proposta que contemplasse os nossos interesses. A gente entende que a burguesia local quer nos ver pelas costas. Isto é fato, não temos dúvida nenhuma.
Quem sugeriu esse lugar no Maciambu?
Isso é fruto de uma discussão conjunta de um dia e uma madrugada toda. Existe o aval do governo do Estado. Então é isso que nós queríamos e é para lá que estamos indo.
Fala-se que essa área é indígena. Qual a sua opinião sobre isso?
Toda aquela região, aquele território, é indígena. Existem faixas, lotes de terra, enfim, que ainda não foram… Está faltando a homologação. Nós defendemos a terra indígena, defendemos a homologação das terras. A nossa saída é provisória para evitar aquilo que seria um massacre (refere-se a reintegração de posse).
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Quanto tempo vocês acreditam que devem ficar na área do Maciambu?
Não dá para dizer. É um tempo provisório (até que não haja impedimento, segundo o acordo).