A 1ª Vara Criminal da Comarca da Capital acatou denúncia contra o ex-secretário de Estado da Cultura, Turismo e Esporte Gilmar Knaesel e outras 12 pessoas. O grupo foi indiciado pela Polícia Civil na Operação Bola Murcha e denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). Eles são suspeitos de organizar um esquema de desvio de recursos da secretaria por meio de ONGs fantasmas.

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Os crimes apontados na ação penal são: associação criminosa, peculato, corrupção passiva e ativa, uso de documento falso, estelionato e falsidade ideológica. Além disso, o MPSC pediu o pagamento de R$ 976.878,50 para ressarcir os cofres públicos.

Knaesel e outros quatro envolvidos foram presos pela Polícia Civil no último dia 13 de junho. O inquérito da Operação Bola Murcha aponta o ex-secretário como mentor do esquema criminoso. No dia 21 de junho, os cinco detidos conseguiram liberdade provisória.

Conforme o juiz de direito Marcelo Carlin, há prova da materialidade dos crimes e indícios da autoria das irregularidades. A denúncia foi acatada para que os envolvidos sejam notificados e apresentem suas respectivas defesas.

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Confira os crimes apontados a cada um dos réus:

1) Gilmar Knaesel – Associação Criminosa, Peculato e Corrupção Passiva;

2) Arlindo Kléber Corrêia – Associação Criminosa, Peculato e Corrupção Passiva;

3) Leandro Laércio de Souza – Associação Criminosa, Uso de documento falso, Peculato e Corrupção Passiva;

4) Lilian Cristina de Oliveira – Estelionato, Associação Criminosa e Corrupção Ativa;

5) Edício Gambeta – Associação Criminosa, Falsidade ideológica, e Corrupção Ativa;

6) Silvania Rosa Goulart – Associação Criminosa;

7) Nair Cristina Abreu – Associação Criminosa, Falsidade ideológica e Corrupção Ativa;

8) Nair Ferreira Abreu – Associação Criminosa e Corrupção Ativa;

9) Samanta Fátima da Silva – Associação Criminosa, Falsidade ideológica e Corrupção Ativa;

10) Simone Gambeta – Associação Criminosa, Falsidade ideológica e Corrupção Ativa;

11) Rafael Faria – Falsidade ideológica e Corrupção Ativa;

12) José Bernardino Souza dos Santos – Falsidade ideológica e Corrupção Ativa;

13) Marli Denis de Simas – Falsidade ideológica.

Contrapontos

– O advogado do ex-deputado Gilmar Knaesel, Marlon Bertol, afirmou que a denúncia repetiu os termos do relatório do inquérito, não apresentando nenhuma novidade. Disse também que apresentará a defesa até esta sexta-feira e espera que o seu cliente seja “absolvido sumariamente”. Quanto ao fato de Knaesel ser acusado de ser o principal beneficiário do esquema, Bertol disse que não há absolutamente nada contra o seu cliente, a não ser uma interceptação telefônica com um dos investigados, que supostamente estaria envolvido. Classificou ainda a denúncia como uma “vergonha e um exercício de semântica”

– O réu José Bernardino Souza dos Santos afirmou que “os que fizeram a coias foram presos e soltos. Os que foram usados (como laranjas) agora estão se incomodando. Eles deveriam ir atrás dos grandões, que eles prenderam e soltaram porque tem dinheiro. Infelizmente, se eu soubesse de tudo isso, eu não estaria passando por todo esse transtorno e toda essa vergonha”.

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– Os réus Arlindo Kleber Corrêa, Leandro Laérico de Souza, Lilian Cristina de Oliveira, Edício Gambeta, Nair Cristina Abreu, Nair Ferreira Abreu e Marli Denis de Simas não foram localizados pela reportagem até aqui.

– Os réus Rafael Faria, Simone Gambeta, Samanta Fátima da Silva e Silvania Rosa Goulart preferiram não se manifestar sobre o caso.