O policiamento nas imediações do fórum de Itapema foi reforçado na tarde desta terça-feira para a segunda audiência do caso de tentativa de homicídio contra um morador de Porto Belo. O crime foi em março deste ano e a suspeita da polícia é de que um dos suspeitos tenha envolvimento com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo. A informação sempre foi negada pela defesa.

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Além de guarnições da Polícia Militar em Itapema, o Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT) da PM de Balneário Camboriú foi destacado para o local. O comandante do 12º Batalhão, tenente-coronel Marcello Martinez Hipólito, explica que esse tipo de aparato é bastante incomum em audiências.

– Geralmente o PPT é destacado em situações mais graves, como por exemplo, quando há suspeita de relação com o crime organizado – diz.

A audiência começou às 12h45 com o depoimento de um dos réus no processo, o advogado Jander Coutinho Júnior, que está preso na Unidade Prisional Avançada (UPA) de Itapema. Depois, a partir das 13h, começaram a ser ouvidas as testemunhas de acusação.

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Advogado de Jander, Luiz Eduardo Righetto diz que a audiência desta terça transcorreu normalmente e que não viu necessidade de reforço na segurança.

– Inclusive requeri e fui atendido na retirada das algemas do Jander, até porque afirmo com toda a certeza que ele não tem qualquer envolvimento com o crime ou com o PCC – afirma.

A expectativa do advogado é de que o réu não seja levado a júri popular. Como estratégia de defesa, Righetto se baseia na falta de evidências claras de que Jander tenha envolvimento com a tentativa de homicídio ou com qualquer facção criminosa. A defesa também garante que recorrerá a todas as esferas judiciais possíveis. A alegação é que o escritório de Jander foi invadido, já que havia ordem judicial mas nenhum representante da OAB esteve presente, o que vai contra a lei para buscas e apreensões em escritórios de advocacia.

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– O que liga o Jander ao PCC? Simplesmente o ponto de vista de quem acusa e o fato dele ter munições em casa. Eram munições velhas, pertencentes a familiares e que foram passando de geração em geração. São fatos isolados, acasos que acabaram colocando o Jander nessa situação – argumenta Righetto.

Processo

O processo foi dividido em três audiências. A primeira delas ocorreu na sexta-feira passada, em Porto Belo, quando foram ouvidas duas vítimas e quatro testemunhas de defesa. Nesta terça ocorreu em Itapema o depoimento de Jander e de sete testemunhas de acusação (todos policias militares ou civis). Para o dia 2 de julho está marcada a terceira audiência, novamente em Itapema, em que serão ouvidos os outros três réus e o último policial militar que, segundo a defesa de Jander, é “uma testemunha importante para o acusado”.

Encerrada a fase de depoimentos, a juíza vai determinar se as defesas serão feitas oralmente ou por escrito – neste segundo caso com um prazo a ser definido para apresentação.

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O caso

A tentativa de execução de um morador de Porto Belo de 62 anos ocorreu em 7 de março. Ele foi alvo de tiros quando saída de casa em Itapema e chegou a ser perseguido pela BR-101, mas conseguiu escapar ileso. Três pessoas acabaram presas em flagrante e outro suspeito foi detido depois. Atualmente, além de Jander, outros dois homens estão presos. O quarto suspeito conseguiu um habeas corpus e aguarda o julgamento em liberdade.

A ação orquestrada pelo PCC de São Paulo, segundo a polícia, estava sendo monitorada há dias pelas polícias Civil e Militar. Os motivos que levaram à tentativa de assassinato são desconhecidos.