A Polícia Militar concluiu nesta semana o inquérito administrativo sobre a morte de Gabriel Felício Rodrigues, 15 anos, atingido por um tiro de pistola durante um confronto entre a PM e os participantes de uma farra do boi, no dia 28 de março, no bairro São Pedro, em Navegantes. O processo concluiu que o tiro que atingiu a perna do adolescente teria partido da arma de um dos policiais envolvidos na ação. Já na segunda-feira o inquérito será encaminhado para a corregedoria geral da polícia, em Florianópolis.

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> Relembre o caso: garoto de 15 anos foi morto durante confronto entre PM e participantes de uma farra do boi em Navegantes

> PM abriu inquérito administrativo para investigar ação de policiais

> Polícia Civil de Navegantes também abriu inquérito sobre o caso, que depois foi encaminhado à DIC de Itajaí

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– Ficou concluído que o óbito do adolescente ocorreu em virtude de um disparo de arma letal, provavelmente, usada na ocorrência por um dos policiais militares – apontou o coronel Atair Derner Filho, comandante da 3ª Região de Polícia Militar.

Segundo ele, não é possível apontar um dos agentes envolvidos na ocorrência como o autor do disparo porque não foi feito o recolhimento do projétil, nem realizado o estudo de balística.

O coronel explica, porém, que o inquérito destaca que o laudo cadavérico concluiu que o tiro foi disparado de baixo para cima. O que coincide com os disparos de alerta feitos pela polícia, na intenção de conter os participantes da farra do boi – cerca de 400 -, que ativaram pedras, paus e lançavam foguetes em direção dos policias, conforme o coronel Derner Filho. De 20 a 25 policiais participaram da ação, que durou cerca de duas horas e contou com o reforço de guarnições de Itajaí e Balneário Camboriú.

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– Agora, o inquérito seguirá o caminho da Justiça. O Ministério Público poderá ou não oferecer denúncia contra o policial que atirou. Há casos em que o Ministério pede o afastamento do policial, mas eu não vejo neste caso nenhuma razão para que o policial seja afastado, já que toda a ação foi em legítima defesa- finaliza o comandante da 3ª Região de Polícia Militar.

Polícia Civil

Segundo o delegado Rodrigo Coronha, da Polícia Civil de Navegantes, o inquérito sobre a morte de Gabriel Felício Rodrigues já está no judiciário.

– Não fiz o indiciamento de ninguém. Apenas a coleta das provas, evidências e indícios, e o encaminhamento do inquérito ao juiz, que encaminhará ao Ministério Público. Caberá ao MP decidir se vai denunciar ou não – disse, sem dar mais detalhes sobre o resultado do processo.

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