Um garoto de 15 anos morreu no Hospital Marieta Konder Bornhausen na manhã deste sábado após ter levado um tiro na perna durante um confronto entre participantes da farra do boi e policiais militares em Navegantes. O evento começou às 22h30min desta sexta-feira e acabou na madrugada de sábado no molhe norte da barra do Rio Itajaí-Açu, no bairro São Pedro. Gabriel Felício Rodrigues iria completar 16 anos neste domingo.

Continua depois da publicidade

A Polícia Militar foi informada sobre a farra e duas viaturas foram encaminhadas ao local. Segundo a PM, os moradores já estavam preparados para resistir à ação policial com paus e havia pedras no caminho para impedir a passagem das viaturas. Mais tarde, um veículo da PM e outro do Pelotão de Patrulhamento Tático de Navegantes chegaram para dar reforço.

De acordo com o coronel Marco Antônio Otávio, os policiais só usaram balas de borracha e gás de efeito moral para conter o tumulto. Havia 200 pessoas no local, e os participantes chegaram a encurralar os policiais e jogaram pedras e soltaram foguetes. Ele afirma que quando a munição de borracha estava acabando, foram acionadas viaturas de apoio de Itajaí e Balneário Camboriú, totalizando cerca de 15 policiais na ação.

– A maior parte do público era de jovens. Eles estavam soltando foguetes e jogando pedras. A ação durou toda a madrugada – afirma o coronel da PM.

Continua depois da publicidade

O pai do garoto, que preferiu não se identificar, confirmou que o jovem participava da farra do boi. Por volta das 13h, o homem estava no Instituto Médico Legal para fazer reconhecimento do corpo do filho:

– A munição encontrada nele foi de uma pistola .40. Independente se meu filho estivesse ou não na farra, a polícia não tinha direito de fazer isso. Deveriam ter usado apenas bala de borracha – disse, atribuindo a autoria do tiro aos militares.

As armas .40 são de uso restrito das forças armadas e da polícia no Brasil. Isso ocorre pela potência que o armamento produz em cada disparo.

Continua depois da publicidade

Seis pessoas foram detidas e encaminhadas à Delegacia de Navegantes para prestar depoimento. Assinaram termo circunstânciado e foram liberadas.