Sábado terminou o prazo para que os políticos com pretensões de se candidatarem nas eleições de outubro trocassem de partido. A data movimentou os bastidores da política blumenauense e mudou a composição da Câmara de Vereadores. Para o professor de Relações Internacionais e Ciência Política do curso de Direito da Uniasselvi, Alan Jones Vanzuiten, o troca-troca desenfreado de partidos representa uma falta de respeito com o cidadão, pois o político que em tese se elege sob uma ideologia pode a qualquer momento trocar seu discurso.

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– Todo aquele anseio que a pessoa depositou acaba se transformando em desilusão porque o político mudou a ideologia, embora hoje também haja uma conveniência de candidatos – avaliou.

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No período da Assembleia Nacional Constituinte, no fim da década de 1980, os partidos tinham ideologias políticas bastante claras, mas isso não é observado nos dias atuais, analisa Oklinger Mantovaneli Junior, doutor em Sociologia e professor do curso de pós-graduação em Desenvolvimento Regional da Furb. Para ele, o país vive um momento em que os interesses particulares se sobrepõem aos interesses da coletividade, os partidos políticos estão distante das bases e os movimentos sindicais estão em crise. A única solução para mudar o cenário seria a reforma política:

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– Os partidos precisam ser repensados no Brasil, pois viraram uma organização de interesses privados, assumindo o Estado que é o aparelho criado pela sociedade para gerir os interesses públicos. Não conseguimos resolver a democracia a partir de uma visão liberal e individualista – analisa.

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Vanzuiten concorda com a necessidade de uma reforma política e defende um número menor de partidos, além do voto majoritário também para o poder Legislativo. Enquanto as mudanças não saem do papel, ele chama a atenção para a obrigação do cidadão:

– O eleitor deve estar atento àqueles candidatos que mudam constantemente de partido porque eles simplesmente podem mudar todo o seu discurso durante a campanha política.

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