Os últimos dias foram de intensa movimentação nos bastidores da política municipal. O troca-troca de partidos só teve fim no sábado, prazo máximo para as novas filiações dos futuros candidatos estabelecido pela Justiça Eleitoral. A dança das cadeiras envolveu vereadores, o vice-prefeito, lideranças políticas e secretários municipais. O principal motivo das mudanças nem sempre tem ligação com princípios ideológicos e partidários. Muitas vezes faz parte da matemática em busca de mais espaço e visibilidade nas eleições de outubro.
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Na Câmara de Vereadores, Robinho deixou o PSD para integrar as fileiras do PR e Beto Tribess desembarcou do PMDB para firmar compromisso com o PSDB. No Executivo, o vice-prefeito Jovino Cardoso trocou o PMDB pelo PSD, por onde deve concorrer a uma vaga no Legislativo.
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Além de Tribess, o ex-secretário de Desenvolvimento Social, Valdecir Mengarda, e o ex-secretário de Desenvolvimento Regional, César Botelho, também romperam com PMDB e assinaram as fichas de filiação no PSDB na última sexta-feira. Divergências internas expuseram o racha do partido. Parte dos integrantes defendia uma candidatura própria e a outra desejava apoiar a reeleição do prefeito Napoleão Bernardes. No entanto, de acordo com Tribess, não havia espaço na legenda para o debate democrático:
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– O PMDB de Blumenau está virado em uma ditadura, por isso me desagradei. Eles não deveriam ditar quem vão ser os candidatos a prefeito e vereador. Era preciso que houvesse uma eleição dentro do partido – dispara.
Um terço dos vereadores mudou de partido
Dos 15 vereadores eleitos em Blumenau em 2012, cinco trocaram de partido durante o mandato, que se encerra no fim deste ano. Além dos movimentos recentes de Beto Tribess e Robinho, Mário Hildebrandt já havia trocado o PSD pelo PSB em outubro do ano passado. Zeca Bombeiro, também eleito pelo PSD, migrou para o Solidariedade já em 2013. Oldemar Becker, expulso do PPS, encontrou novo abrigo no DEM.
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A maioria dos parlamentares optou pela mudança com vistas às eleições de outubro. O raciocínio é quase sempre o mesmo: buscam partidos em que terão mais facilidade de se consagrar nas urnas. Afora a estratégia política envolvida, o vereador Mário Hildebrandt prefere avaliar os movimentos sob outra perspectiva. Ele acredita que a nova legislação eleitoral favoreceu a troca de partidos entre vereadores e deputados porque foram estabelecidas janelas em que a alteração é permitida. Isso, segundo Hildebrandt, aproxima o parlamentar da comunidade e das demandas com que ele se comprometeu.
– A nova lei favorece o parlamentar que não está contente com os encaminhamentos do partido e também o estimula a ter uma relação mais próxima com o eleitor. Se o parlamentar é obrigado a votar dentro de uma linha partidária, ele pode dizer que não vai votar e na próxima eleição poderá sair do partido – avaliou.
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