Entre a filiação de um vereador e o ingresso de dois suplentes, o PR optou pela segunda alternativa. O partido anunciou nesta terça-feira a entrada de Ailton de Souza (ex-PP, 2.094 votos em 2012) e João Valle Neto (ex-PSC, 1.693 votos), cujo pré-requisito para transferência era o veto à admissão de Robinho Soares (ex-PSD, 4.514 votos). O PR bancou o pedido, baseado no argumento de que a alternativa permitirá um aumento da bancada na Câmara de Blumenau.

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O raciocínio é o seguinte: na última eleição, o partido teve quatro candidatos com mais de 1.300 votos e por pouco não conquistou duas cadeiras em plenário. Com o reforço nas fileiras, a perspectiva agora se torna viável. Por outro lado, com a vinda de um nome com uma quota de votos muito superior à média interna, havia o risco de que parte dos pretendentes desistisse do projeto. Com a decisão da executiva, os favoritos no páreo se situam todos em igualdade de condições, o que serve de estímulo para a disputa.

A decisão do PR cria uma série de obstáculos para o futuro político de Robinho Soares, atual líder do governo, cujas opções de filiação diminuem com o avanço do calendário. Na base aliada as possibilidades são escassas (PSDB, DEM e PP congestionados), no bloco independente as portas estão fechadas, o PMDB se desmancha em intrigas e os sete anões (os partidos nanicos) parecem comprometidos com uma candidatura de oposição ao governo.

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Ex-aliados do PSD comemoraram como uma vitória o veto à filiação de Robinho Soares no PR. As feridas da separação não cicatrizaram. Poucos dias antes da saída, o vereador teria assumido o compromisso de permanência na legenda. Pressão semelhante experimenta o vereador Beto Tribess (ex-PMDB). As conversas dele se concentram no PSB e no DEM, para onde os ventos sopraram com mais força nos últimos dias.

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Pouca gente entendeu a permanência do secretário de Obras, Paulo França, no PMDB. A intervenção no diretório municipal limita as alternativas de futuro para ele e o desembarque coletivo facilitava pessoalmente a transição. Ou o secretário projeta uma virada de mesa ou entregou os pontos de vez.

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O secretário estadual de Combate à Fome, Arnaldo Zimmermann (PC do B), descarta a desincompatibilização do governo em 2 de abril, prazo fatídico para a saída dos candidatos a vereador. Caso a decisão dependa exclusivamente dele, ficará no cargo até 2 de junho, limite legal para quem participará da disputa à prefeitura.