Era manhã de 8 de junho do ano passado, quando os termômetros marcaram -9,2ºC na Serra Catarinense, a menor temperatura das duas últimas décadas e a sétima mais baixa da história no Brasil, quando estávamos no alto do Morro das Antenas, em Urupema, e ouvimos do geólogo paranaense Geraldo Barfknecht, que há mais de 30 anos estuda montanhas do mundo inteiro: “Vocês podem se considerar as pessoas que mais enfrentam frio neste país”.
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Talvez o geólogo tenha exagerado, mas a declaração dele não me saiu da cabeça e, em partes, concordei. Afinal, pelo oitavo inverno seguido a minha missão é mostrar ao leitor do Diário Catarinense como é viver na região mais fria do Brasil.
Somos “inimigos” da lareira e dos cobertores. Não é lá que devemos estar. Nosso dever é enfiar o pé no gelo, pôr a cara no vento, bater os queixos e voltar com as melhores fotos e histórias de lugares lindos e de gente que, por necessidade ou lazer, tem os campos verdes naturalmente pintados de branco como a primeira imagem do dia.
Preciso admitir que não é nada fácil. Se é bom demais dormir até o meio-dia quando está muito frio, digo-lhes que às 5h meu despertador me acorda e 7h já é tarde.
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Escrevo este texto de Lages, após ter passado a semana inteira enfrentando as baixíssimas temperaturas de Urupema, São Joaquim, Bom Jardim da Serra e Urubici ao lado da fotojornalista Vani Boza e do nosso motorista Ricardo Araújo.