Com a maioria dos peemedebistas decidida a se manter na atual aliança, o governador Raimundo Colombo (PSD) inicia agora a busca dos apoios necessários para disputar a reeleição, o que inclui bons argumentos para colocar num mesmo palanque PP e PMDB.
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Na última semana, no meio do fogo cruzado entre pessedistas, pepistas e peemedebistas, o governador disse que assumiria a responsabilidade de construir o processo eleitoral de 2014. O problema é equilibrar os interesses desses aliados.
Não é segredo que Colombo deseja ter numa mesma chapa PSD, PMDB e o PP no lugar do PSDB, que tem dado sinais de que deve lançar candidatura própria ao governo e garantir um palanque ao presidenciável Aécio Neves em Santa Catarina.
– O objetivo é conversar com todos os aliados, incluindo o PP e até mesmo o PSDB. Uso a frase dita pelo senador Luiz Henrique da Silveira: se você pode fazer uma eleição morro abaixo, não faça de jeito nenhum uma eleição morro acima! – disse o vice-presidente do PSD de SC, Antonio Ceron, que deve assumir a legenda no final de julho, quando o atual presidente Gelson Merisio se licencia para disputar a reeleição na Assembleia Legislativa.
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O próprio governador planeja dar a largada a essas negociações ainda nesta semana. A primeira rodada de conversas deve ocorrer com as bancadas da Assembleia Legislativa. Colombo já tem os apoios declarados do PSB, PR, PSC, PTB, PV e PRB. No sábado, conquistou o PMDB. Ainda à noite, conversou pelo telefone com o vice-governador Eduardo Pinho Moreira e com Luiz Henrique, marcou um encontro para a semana que vem. O vice-governador e o senador estarão em Nova York nos próximos dias para tratar da negociação da instalação da Transgas no Sul do Estado – a missão será acompanhada pelo secretário Antonio Gavazzoni (PSD).
A negociação com o PP passa pelo presidente licenciado Joares Ponticelli, que planeja se lançar ao Senado na chapa de Colombo. O nome é vetado por LHS, que fala no sentimento anti-PP dentro do PMDB. Na pré-convenção de sábado, LHS trouxe outra justificativa, lembrou do número de ações do PP contra o governo do PMDB.
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Do outro lado, também há resistências. O ex-governador e deputado federal Esperidião Amin (PP), que na última semana acompanhou as discussões à distância (estava em Roma), voltou ontem a Santa Catarina e criticou a campanha “de desaforos e impropérios contra o PP” deflagrada pelo PMDB na última semana e ainda o “mandonismo sobre o governador”.
– Eu tenho duas perguntas para fazer. O meu partido não vai dizer nada? O Joares Ponticelli, que é presidente do meu partido, vai fazer de conta que ninguém falou mal de nós? Por que alguém quer uma boquinha? É isso que eu quero saber. Número dois: o governador acha que isso é normal? Eles dizerem que vão mandar nele, é normal? Essas duas perguntas eu vou aguardar a resposta durante uma semana. Depois eu vou falar.
PSDB mantém discurso de candidatura própria
O discurso no PSDB é de candidatura própria, com o senador Paulo Bauer como pré-candidato. O desembarque do atual governo ainda não é consenso entre os tucanos, especialmente aqueles que não estão dispostos a partir para o que consideram ser “um sacrifício” pela candidatura de Aécio. No sábado, o PSDB acompanhou atento o desenrolar da pré-convenção do PMDB. O ex-governador Leonel Pavan circulou pela Assembleia Legislativa e conversou com o vice-governador Pinho Moreira, que acenou para o PSDB. Um dia antes, Paulo Bauer encontrou Pinho Moreira num restaurante de Florianópolis, onde os dois acabaram conversando.
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– O PSDB não tem nenhum compromisso com a candidatura da Dilma e não estará em nenhum palanque onde a candidatura da Dilma mereça apoio, simpatia, manifestação de solidariedade ou seja lá o que for – disse Bauer ao ser questionado sobre a possibilidade de reavaliar a pré-candidatura do PSDB ao governo de SC.
Alternativa pouco provável mesmo é PSD e PT num mesmo palanque. Entre pessedistas e petistas, oficialmente não há ninguém que simpatize com a ideia. Presidente do PT de SC, Claudio Vignatti lamentou a decisão do PMDB, esperava o apoio dos peemedebistas na construção de um “projeto alternativo”.
– O encaminhamento da pré-convenção nos faz seguir por caminhos diferentes. Respeitamos aqueles que assim decidiram, ao mesmo tempo lamentamos a decisão, já que o sentimento da base peemedebista era seguir outro caminho – disse o presidente petista.
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