Candidato ao Senado na chapa considerada ideal pelo governador Raimundo Colombo, o presidente do PP e presidente em exercício da Assembleia, Joares Ponticelli, evitou entrar em polêmicas após a declaração do senador Luiz Henrique da Silveira de que a possível coligação com o rival causava mais desconforto do que o esperado.
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Ponticelli disse que este é um momento de levar em conta menos as bandeiras partidárias e mais o projeto que se quer para Santa Catarina. Trata com cautela o tema da aliança com o PMDB, em um trabalho de manutenção dos espaços garantidos até o momento pelo PSD dentro de uma aliança na disputa ao governo do Estado.
DC – O senhor é o principal defensor dentro do PP de uma aliança com o PSD, o que levaria o partido a estar no mesmo palanque do PMDB, um rival histórico. O senador Luiz Henrique declarou que há um grande desconforto no PMDB por isso. Como é esse sentimento no PP?
Ponticelli – Eu acho que nós temos que fazer um projeto colocando na frente os interesses de Santa Catarina. Não mais tempos para ficar discutindo apenas questões partidárias e rivalidades. O governador Raimundo Colombo nos ensinou, nesse mandato, a enrolarmos as bandeiras partidárias e juntarmos as forças na construção de um projeto para todos os catarinenses. Prova disso é que ele viabilizou um conjunto de R$ 10 bilhões em investimentos com a participação de todos. Cada um fez a sua parte, inclusive o PT, que é adversário.
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DC – A base do PP também tem resistência a fazer uma aliança com o PMDB?
Ponticelli – Naturalmente que os dois partidos, historicamente, estiveram em lados opostos na disputa pelo governo do Estado, mas com composições em quase uma centena de municípios, e que vem crescendo a cada eleição. Repito, acho que quando se coloca os interesses do Estado acima de questões partidárias, quem ganha é a população.
DC – Em conversas do PP com PSD, o partido do governador já assumiu algum compromisso com o PP para as eleições deste ano?
Ponticelli – Nós estamos tratando disso. Nossa conversa tem sido formal com o PSD desde o dia 17 de dezembro.
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DC – O presidente do PSD já conta com o PP. Aguarda apenas a posição do PMDB.
Ponticelli – Exatamente.
DC – Caso seja fechada a aliança PSD-PMDB-PP, com o PP na vaga ao Senado, o senhor tem receio de traição do PMDB nas urnas? De a base do antigo rival não votar no senhor e esses votos migrarem para outro candidato.
Ponticelli – Eu acho que a gente tem muita conversa por fazer ainda. Digo e repito, uma alinaça tem que ser construída dentro de um projeto para Santa Catarina, que não contenha vaidades e que não pode ser vista apenas pelo ângulo partidário. Acho que estamos vivendo um momento importante para o Estado, que o governador conseguiu construir com a participação de todos e é nesse sentido que a gente tem que olhar. A gente tem a obrigação de fortalecer o governador para dar sequência a esse projeto.
DC – O PP trabalha com outros cenários de aliança, além de estar na chapa de Colombo? Qual o mais provável?
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Ponticelli – Nós estamos trabalhando oficialmente, nesse momento, com o governador Raimundo Colombo e o PSD.
DC – Caso o senador Luiz Henrique consiga articular para que o PT integre a aliança, ocupando a vaga de Senado, haveria chance de o PP seguir nessa coligação? Ou a participação na coligação está vinculada a uma vaga na majoritária?
Ponticelli – Nosso partido trata a coligação com uma vaga na majoritária. Entendemos que pelo tamanho e o histórico que nós temos isso é condição sine qua non para a nossa participação.
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DC – O senhor espera que resultado das prévias do PMDB deste sábado?
Ponticelli – Esse é um assunto de economia interna do PMDB que eu prefiro não comentar.