No segundo dia de depoimentos da Operação Onipresença à Polícia Federal, médicos do Hospital Universitário têm se valido do direito ao silêncio e evitado comentar supostas irregularidades no controle de frequência.
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Até as 11h desta quarta-feira, 17 dos 27 suspeitos foram ouvidos. Três delegados trabalham na coleta de depoimentos, e a PF espera concluir as audiências ainda hoje. Uma coletiva de imprensa marcada para esta quinta-feira, às 10h, dará mais detalhes sobre o andamento da operação.
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As investigações da Operação Onipresença começaram em outubro de 2013, após uma denúncia sigilosa. Além de punições administrativas, como a perda da licença, os envolvidos podem ter de ressarcir os valores que receberam do HU quando supostamente estavam em consultórios e clínicas particulares, além de perder os cargos públicos. Em 9 de junho, a PF cumpriu 52 mandados de busca e apreensão em Florianópolis, Tubarão, Itajaí e Criciúma para recolher documentos que possam ajudar nas investigações.
A fase de depoimentos foi adiada e começaria somente nesta quarta, mas na terça-feira a PF adiantou algumas audiências e ouviu sete pessoas. Acompanhadas por advogados, todas se negaram a comentar as suspeitas, de acordo com delegado Ildo Rosa, do setor de comunicação da Polícia. Segundo ele, o número de depoimentos de testemunhas acabou sendo maior que o esperado: foram 82, incluindo aqueles procuraram a polícia voluntariamente para comentar irregularidades que haviam flagrado no hospital.
Veja como funcionaria o esquema investigado pela PF:
Passo 1 – Médicos professores concursados da UFSC possuíam entre 40 e 60 horas semanais de contrato com o Hospital Universitário
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Passo 2 – Os mesmos médicos também atendiam em clínicas particulares ou lecionavam em universidades privadas
Passo 3 – O atendimento no HU seria por oferta, com horário marcado. No entanto, deveria ser por demanda de pacientes.
Passo 4 – A manobra permitia que os médicos tivessem trabalhos paralelos nos horários que deveriam estar atendendo no HU
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