Desde a deflagração da Operação Onipresença na última terça-feira, funcionários e servidores do Hospital Universitário (HU) da UFSC – incluindo médicos, enfermeiros e técnicos – têm procurado a Polícia Federal em Florianópolis para fornecer informações sobre como funciona o controle de horários dentro da instituição.

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“É impossível gerir uma instituição tão grande e monitorar a escala de cada um”, diz diretor-geral do HU

Saiba como funcionaria o esquema investigado pela PF no HU

A operação investiga 27 médicos que teriam descumprido obrigações contratuais, principalmente atendendo em consultórios e empresas particulares durante o horário em que deveriam atuar na UFSC. A Polícia Federal cumpriu 52 mandados de busca e apreensão em Florianópolis, Tubarão, Itajaí e Criciúma para recolher documentos que possam ajudar nas investigações.

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Mais de 120 serão chamados

Na terça-feira, a polícia já havia adiantado que ao menos 120 funcionários do hospital devem ser ouvidos nas próximas semanas. Entretanto, antes que sequer houvesse a convocação, diversos servidores procuraram espontaneamente a sede da PF na avenida Beira-Mar Norte para conversar com os investigadores. A informação é do delegado Ildo Rosa, do setor de comunicação da PF. Sem confirmar o número de servidores que procuraram a polícia, ele explica que os relatos podem contribuir mais no sentido de confirmar hipóteses do que instaurar novas dúvidas.

– Alguns deles chegam aqui e nos relatam coisas que já sabíamos, mas que ainda não foram divulgadas. Mesmo assim é importante que isso aconteça, porque podem eles acabar dando mais peso para linhas específicas na investigação.

Segundo a Polícia Federal, nenhum dos 27 médicos investigados foi escutado até agora. Eles serão intimados e só depois deverão comparecer para depor. A polícia tinha pedido, mas a Justiça negou a condução coercitiva deles – que é uma obrigação de ir até a delegacia para prestar esclarecimentos.

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Além de punições administrativas, como a perda da licença, os envolvidos podem ter

que ressarcir os valores que receberam sem ter trabalhado de acordo e perder os

cargos públicos.