A Polícia Federal (PF) deflagrou às 8h desta terça-feira a Operação Onipresença nas cidades de Florianópolis, Tubarão, Itajaí e Criciúma. Estão sendo cumpridos 52 mandados de busca e apreensão em clínicas e hospitais públicos e privados e 27 médicos com vínculo com o Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU/UFSC) prestarão depoimentos. Nenhum dos investigados teve o nome revelado pela PF.
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O alvo da operação é identificar e coletar provas que indiquem que os profissionais não cumpriam com as funções contratuais. Os médicos possuem vínculos públicos de 60 ou 40 horas semanais de trabalho, mas durante a jornada realizam atendimentos em consultórios, clínicas e hospitais particulares em prejuízo do atendimento no HU. Ao todo, 32 médicos foram investigados em um ano e meio de operação, sendo encontradas irregularidades na atividade profissional de 27 – todos concursados da UFSC.
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Em coletiva realizada na manhã desta terça-feira, o delegado da PF em Santa Catarina, Allan Dias, informou que eles podem ser enquadrados em diversos crimes, incluindo falsidade ideológica, prevaricação, abandono de função pública e estelionato contra a União.
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– Há casos de médicos que recebiam R$ 15 mil por mês e nunca iam trabalhar – revelou o delegado.

Foto:Guto Kuerten/Agência RBS
A PF comunicou que a operação começou em outubro de 2013, após uma denúncia sigilosa. Segundo uma estimativa apresentada pelo delegado Allan Dias, caso os 27 médicos tivessem contratos de 40 horas por cinco anos, recebendo um salário médio de R$ 20 mil, o rombo aos cofres públicos chegaria a R$ 36 milhões.
Cerca de 120 funcionários do HU devem ser ouvidos nas próximas semanas, e outras pessoas ainda podem ser ouvidas caso haja indícios de participação delas no esquema. Além de punições administrativas, como a perda da licença, os envolvidos podem ter que ressarcir os valores que receberam sem ter trabalhado de acordo e perder os cargos públicos.
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