O número de homicídios que era de um a cada três dias (foram 15 entre janeiro e primeira quinzena de fevereiro) baixou para um em 24 dias durante a Operação Torniquete. O dado foi divulgado na manhã desta quarta-feira, em entrevista coletiva que contou com o delegado regional de Chapecó, Ronaldo Moretto, a diretora de Polícia de Fronteira, Tatiana Samuel Klein, o comandante do 2o Batalhão de Polícia Militar, tentente coronel Osvaldir Kassburg e o delegado da Delegacia Especial de Investigações Criminais, João Adolpho Fleury Castilho.
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Outro dado informado foi que o número de roubos, que foi de 60 em um mês em meio, sendo sete num único dia, incluíndo um latrocínio, foi reduzido para apenas nove no período da operação. Além disso a abordagem de cerca de 600 pessoas e 300 veículos, com 60 pessoas presas. Destas, 23 prisões foram de foragidos de crimes como homicídio e roubos.
Além disso foram fechados quatro desmanches de carro, que fomentavam o roubo de veículos. Moretto disse que a avaliação da operação é positiva, pelos dados apresentados.
– Conseguimos salvar vidas – declarou.
Durante a operação houve o reforço de 70 policiais civis, 14 militares e até um helicóptero do Serviço Aeroespacial da Polícia Civil (Saer). Dentro de dois meses Chapecó deverá ter um helicóptero próprio sediado na região, que já foi adquirido.
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Moretto disse que a partir de agora haverá uma desmobilização paulatina dos reforços policiais, mas que os trabalhos de investigação e outras operações decorrentes da Operação Torniquete serão deflagradas. Além disso o Deic vai continuar dando apoio nas investigações.
No entanto o delegado ressaltou a necessida de algumas medidas a longo prazo.
– Foi uma ação emergencial em razão dos números exagerados de homicídios e roubos – disse.
Moretto destacou a necessidade de criação de uma Delegacia de Homicídios, pois atualmente somente dois agentes atuam nessa área. A necessidade seriam seis. Também há a necessidade de uma delegacia especializada em roubos. Mas a diretora de Polícia da Fronteira, Tatiana Klein, lembra que só isso poderá ser possível com a realização de concursos, pois senão acabaria desguarnecendo outras cidades.
Já a Polícia Militar conta com o retorno de policiais da Operação Veraneio, e ainda 70 soldados que estão em formação, o que vai melhorar a situação. Além disso há a previsão de criação de um novo batalhão no bairro Efapi, em Chapecó.
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Insegurança em Chapecó
Em 19 de fevereiro, após 15 assassinatos desde o primeiro dia de 2014, autoridades ligadas à segurança pública anunciaram uma força-tarefa para diminuir os índices de violência em Chapecó.
A operação envolvendo policiais civis, militares e rodoviários seria por tempo indeterminado. A meta era frear homicídios e roubos.
Cansados de conviver com a violência, moradores do Oeste catarinense realizaram um ato público. A manifestação reuniu em torno de 2,5 mil pessoas na Avenida Getúlio Vargas.