O reforço de mais de 70 policiais em Chapecó, a partir desta segunda-feira, vai se concentrar em ações de investigação, inteligência e rondas. A mobilização visa a frear o índice de assassinatos e roubos.
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A cúpula da segurança pública catarinense deslocou para a cidade unidades de elite das polícias Civil e Militar, como Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e Coordenadoria de Operações Policiais Especiais (Cope). A Polícia Rodoviária Federal também irá participar.
Na parte ostensiva, a polícia vai intensificar barreiras e ações das 15h até a meia-noite, período mapeado como crítico nos últimos meses.
A polícia local afirma que desde janeiro houve 16 mortes em Chapecó, sendo um duplo homicídio e um latrocínio (roubo seguido de morte) de um empresário. O aumento foi de 50% em relação ao mesmo período do ano passado.
O crescimento dos casos de roubos também aconteceu, conforme a polícia local, mas em um percentual ainda não revelado. A operação atende a pedido de políticos da região.
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Recém empossado delegado regional, Ronaldo Moretto destaca a ação emergencial como resposta imediata ao que classifica como aumento absurdo na criminalidade de Chapecó.
Moretto diz que a operação não irá resolver em definitivo o problema de Chapecó, segundo ele influenciado por um problema que atinge boa parte dos municípios catarinenses: o déficit no efetivo policial – a região toda de Chapecó, com mais de 30 cidades, conta com apenas 98 policiais civis.
O prazo inicial para a operação será de 30 dias. A cúpula da segurança diz que poderá ser por tempo indeterminado se a violência não baixar.
– Duas equipes nossas já estão há uma semana em Chapecó reforçando o efetivo ostensivo. Pelo que vimos não há uma causa específica para as mortes, foi aleatória, uma infeliz coincidência – diz o tenente-coronel Marcelo Cardoso, comandante do Bope.
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Outras regiões de Santa Catarina também tiveram força-tarefa na área policial nos últimos anos por causa do aumento dos homicídios. Em Camboriú, no litoral Norte, a população elogiou a iniciativa para devolver a segurança e houve resultados positivos no período em que aconteceu a mobilização.
Na prática, os policiais de fora costumam agir no policiamento de rua deixando a polícia local livre para focar na investigação e mapear quem está agindo. Depois, são desencadeadas prisões em conjunto para cumprir mandados de prisão.
Cinco dias sem homicídio
Das 13h30min de terça-feira até o final da tarde de domingo não houve mais homicídio em Chapecó. Na sexta-feira e no sábado houve uma ação ostensiva na avenida Getúlio Vargas.
– Em cada esquina tinha três ou quatro policiais – contou o taxista Jorge Mário Haiduk.
No domingo, não houve muita movimentação. Os crimes foram motivados por tráfico de drogas e até disputa por pontos de prostituição. Em fevereiro, duas bases da Polícia Militar foram incendiadas.
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* Colaborou Darci Debona