Joinville bateu novo recorde de homicídios com o resultado registrado no ano passado. De acordo com o levantamento realizado por “AN“, foram 127 crimes violentos, um a mais do que no ano anterior, quando a cidade já havia atingido um número inédito. Na última semana, o delegado regional Laurito Akira Sato admitiu que a meta estabelecida pela Polícia Civil, de reduzir o número de assassinatos em 30%, não foi atingida. Porém, ele avaliou o resultado do ano como positivo.
Continua depois da publicidade
Leia as últimas notícias sobre Joinville e região no AN.com.br
A defesa do delegado é que a estatística mostra que os homicídios estavam crescendo em uma média de 45% ao ano, mas esse aumento foi freado em 2016. Além disso, ele ressaltou que o índice de resolubilidade aumentou de 23% para cerca de 60%, com alguns meses registrando 100% dos casos resolvidos. Para 2017, o objetivo da Polícia Civil é aumentar ainda mais o índice de resolução dos casos e reduzir o número de homicídios. Em entrevista ao AN na semana passada, o delegado regional garantiu que os próximos anos serão de declínio dos crimes violentos.
Em três anos, Joinville atinge número de homicídios de uma década inteira
Em 2016, os casos foram registrados em 30 dos 43 bairros da cidade. Pelo segundo ano consecutivo, o Jardim Paraíso foi o que teve maior número de mortes violentas, com 17 ocorrências, seguido do Paranaguamirim (11), Ulysses Guimarães (10), Aventureiro (9) e Jardim Iririú (9). Ainda em uma análise geográfica, a zona Sul foi a região com mais assassinatos, contabilizando 52 durante todo o ano.
Continua depois da publicidade
Os homens representam a maioria das vítimas dos homicídios. Foram 106 mortos do sexo masculino, 19 do sexo feminino e outras duas vítimas que não tiveram o sexo informado pela polícia. Em relação à idade, a faixa com maior número de mortes é entre 18 e 25 anos, com 38 casos, o que representa 29,9% de toda a estatística.
Outro dado mostrado pelo levantamento é que a arma de fogo continua sendo o principal instrumento usado para cometer os crimes. Em 72,4% dos casos, as vítimas foram mortas a tiros, enquanto as armas brancas foram usadas em 9,4%% das vezes. O restante é formado por outros tipos de execução, como a decapitação e a tortura ocorridas durante o ano.
Os crimes mais chocantes do ano
2 DE FEVEREIRO – Adolescente decapitado
O adolescente Israel Melo Júnior, 16 anos, foi atraído em uma emboscada após o sequestro de outras duas pessoas, torturado e, após a morte, teve a cabeça arrancada e colocada em uma mochila. A decapitação foi filmada e divulgada nas redes sociais. Após trabalho de investigação da Delegacia de Homicídios, sete pessoas foram presas, denunciadas pelo Ministério Público e vão responder por sete crimes.
27 DE MARÇO – Tiroteio em frente a boate
Juliana Maria Cidral, 32 anos, foi morta após ser atingida por uma bala perdida do lado de fora da boate Meet. Outras quatro pessoas foram atingidas no tiroteio, mas sobreviveram. A Polícia Civil indiciou quatro pessoas por homicídio e tentativa de homicídio. Três homens estão presos preventivamente e o quarto indiciado foi morto em agosto.
Continua depois da publicidade
28 DE AGOSTO – Adolescente torturada
Pamela da Silva Gonçalves, 14 anos, foi torturada e encontrada morta com uma marca de tiro na cabeça, além das iniciais de uma facção criminosa gravadas no corpo. A Delegacia de Homicídios apreendeu dois jovens, de 14 e 17 anos, que confessaram participação no crime.
6 DE NOVEMBRO – Homem mata família
Roberto Pasquali, 24 anos, matou com golpes de faca e tiros o filho Júlio César Pasquali, 3 anos, a esposa Aline Grasiela Dilkin, 25, o pai Nereu César Pasquali, 53, e a mãe Cleci Aparecida Melle Pasquali, 50, que chegou a ser encaminhada ao hospital, mas não resistiu e morreu no dia seguinte. Após assassinar toda a família, Roberto se matou com facadas. De acordo com a investigação da Polícia Civil, ele foi o autor dos homicídios.