Sob chuva, foi realizada na manhã desta quarta-feira a reconstituição do atropelamento de três pessoas acontecido no dia 9 de fevereiro na Tapera, no Sul da Ilha. O acidente provocou a morte de Edevaldo Veloso Amaro, 20 anos, e deixou feridas a namorada dele, Camilla Franceschetti, 18 anos, e Rosangela Wosiak, 48 anos, que segue internada no hospital Celso Ramos. O condutor do veículo, Raulino Jacó Brünning Filho, 33 anos, não prestou socorro às vítimas, mas foi localizado horas depois em casa e preso em flagrante. Ele ganhou a liberdade na última semana por meio de um habeas corpus e irá responder o processo em liberdade.

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O trabalho dos peritos começou às 6h, com a presença de Camila e outras três testemunhas. A primeira a mostrar sua versão dos fatos foi a jovem. Muito nervosa com a situação, ela relatou que estava caminhando na Rodovia Açoriana de mãos dadas com o namorado quando sentiu um impacto e caiu para o lado. Assim que levantou viu que Edevaldo estava caído poucos metros à frente e a caminhonete atingindo a terceira vítima:

— Eu vi na hora que o carro pegou a senhora. Fui até o Dedé (apelido de Edevaldo), que estava na grama, pra dentro de um terreno, mas ele já parecia morto, tinha muito sangue no rosto — contou.

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O casal vivia junto na casa dos pais de Edevaldo, a poucos metros do local do acidente. Ela conta que o namorado caminhava com ela até o ponto por preocupação com assaltos. Desde o acidente, a jovem segue morando com os sogros e não conseguiu mais trabalhar.

— A gente estava junto havia dois anos e pensava muito no nosso futuro. Não aguento mais viver isso de novo, só queria esquecer que tudo isso aconteceu. Não sei se acredito que vai ter justiça, ainda mais agora que o motorista foi solto — lamentou.

Senhor que passava pelo local viu toda a cena

Depois de Camila, foi a vez da testemunha Hercílio Polli, 73 anos, mostrar a sua versão do atropelamento. O senhor contou que estava caminhando pela rodovia no sentido contrário ao das vítimas e parou em um terreno para colher maracujás quando viu a caminhonete vindo em ziguezague em alta velocidade, atingir o casal e, em seguida, a senhora:

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— Eu vi de frente toda a cena. O carro vinha muito rápido e pegou o casal, o rapaz voou longe, parecia um boneco. Depois ele pegou a senhora de frente também e fugiu. Foi muito rápido e consegui ver só dois números da placa do carro — disse.

Mais duas testemunhas foram ouvidas

Outras duas testemunhas que presenciaram o atropelamento também prestaram suas versões. Uma caminhonete foi utilizada para simular o carro de Raulino, que já havia informado à Justiça que não iria participar da simulação.

Em entrevista ao Diário Catarinense na terça-feira, o promotor Wilson Paulo Mendonça Neto, que apresentou a denúncia contra o motorista Raulino Jacó Brüning Filho, responsável pelo acidente, afirmou que a reprodução será mais uma prova para confirmar o que aconteceu.

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O diretor do IGP, Walmir Gomes, que também participou da reconstituição, explicou que os peritos irão produzir um laudo com as versões da vítima e das testemunhas.