O crime bárbaro que chocou os moradores de Penha, no litoral Norte de SC, em dezembro de 2012 já tem data para ir a júri popular. Luiz Carlos Flores, o Liquinha, vai enfrentar o julgamento de sete jurados em 30 de setembro deste ano. Ele é acusado pelo Ministério Público de matar a marretadas a mãe Carmem Cunha Flores, 69 anos, e a marteladas a irmã Leopoldina Carmem Flores, 41 anos, o sobrinho Pedro Henrique Flores, 10 anos, e o pai Luiz Nilo Flores, 72 anos. Os quatro assassinatos, que ficaram conhecidos como a “chacina de Penha”, ocorreram na noite do dia 7 daquele ano, no bairro de Armação.

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Após o Tribunal de Justiça do Estado negar os recursos pedidos pela defesa de Liquinha, o processo voltou a tramitar na comarca de origem, em Balneário Piçarras, no início de junho. O juiz da 2ª Vara, Alexandre Murilo Schramm, considerou o material dos autos preparado para ir a júri popular e fixou a data.

“Não havendo nulidades a serem saneadas e estando o feito em ordem, reputo o processo preparado para julgamento em plenário”, escreveu Schramm.

A data para o sorteio dos 25 jurados cotados para participar do Tribunal do Júri também já foi definida, será em 28 de agosto. A escolha dos sete responsáveis pela decisão de condenação ou absolvição do réu ocorre cerca de uma hora antes do início do julgamento.

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A Justiça aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público em julho do ano passado. Para o promotor Luis Felipe Czesnat Liquinha cometeu homicídio qualificado por razão fútil, utilizando-se de dissimulação, sem possibilidade de defesa às vítimas e por tentar ocultar o crime.

Ao prestar o primeiro depoimento em juízo, em maio do ano passado, no Fórum de Balneário Piçarras, Liquinha assumiu ter usado cocaína na noite do crime e alegou não se lembrar de nada.

– Jamais faria isso com as pessoas que eu mais amava. Foi uma coisa diabólica, não sei nem como explicar. Amava a minha mãe, o meu pai. Sempre abraçava, beijava e pedia a benção para ele -, disse na ocasião.

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Relembre o caso:

Conforme apurou o inquérito policial e, posteriormente, o Ministério Público sustentou por meio de denúncia feita a Justiça, na noite de 7 de dezembro de 2012, após usar cocaína, Liquinha convidou a mãe, Carmem Cunha Flores, 69 anos, para ir com ele até o pasto, nos fundos da casa da família, ver um bezerro recém-nascido.

A confissão do suspeito

Nos fundos do terreno, segundo a polícia, ele a golpeou na cabeça com uma marreta e deixou o corpo próximo a um ribeirão. Em seguida, voltou para casa, pegou um martelo e foi até o quarto da irmã, Leopoldina Carmem Flores, 41 anos. Assim que ela abriu a porta, ele partiu para cima dela e desferiu diversos golpes com o martelo.

As batidas na porta e os gritos da mãe assustaram Pedro Henrique Flores, dez anos, que estava dormindo e começou a chorar. Liquinha então foi até o quarto do menino e também o matou a marteladas. Como o quarto do garoto ficava em frente ao do avô, Luiz Nilo Flores, 72 anos, Liquinha assassinou o pai, que também acordou, perto da porta do cômodo.

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