Luiz Carlos Flores, o Liquinha, 38 anos, prestou o primeiro depoimento em juízo na tarde desta quarta-feira no Fórum de Balneário Piçarras, no Litoral Norte. Ele é acusado de matar a marretadas a mãe Carmem Cunha Flores, 69 anos, e a marteladas a irmã Leopoldina Carmem Flores, 41 anos, o sobrinho Pedro Henrique Flores, 10 anos, e o pai Luiz Nilo Flores, 72 anos. O crime ocorreu em 7 de dezembro do ano passado em uma casa na rua Tijucas, no bairro de Armação, em Penha.
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Oscilando momentos de aparente tranquilidade com choro, ele respondeu às perguntas feitas pelo juiz Alexandre Murilo Schramm, pelo promotor Luiz Felipe de Oliveira Czesnat e pela sua advogada Débora Salau do Nascimento.
– Jamais faria isso com as pessoas que eu mais amava. Foi uma coisa diabólica, não sei nem como explicar. Amava a minha mãe, o meu pai. Sempre abraçava, beijava e pedia a benção para ele -, disse em meio ao choro, ainda no início do depoimento.
Liquinha assumiu ser usuário de cocaína.
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– Uso droga há uns 18 anos -, disse.
E alegou não se lembrar do que aconteceu na noite da chacina.
– Até queria lembrar para poder ajudar a Justiça e ficar preso, para pagar mesmo por tudo -, disse.
Ele também fez questão de, em sua defesa, dizer que era boa pessoa.
– Uma vez até salvei duas pessoas que estavam se afogando na Praia Vermelha. Não sei porque isso foi acontecer comigo. Não nasci para ser bandido, nem matador -, desabafou.
O acusado também negou qualquer tipo de agressão à mãe e assumiu ter desavenças com a irmã Leopoldina.
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– Eu e a Preta, a gente não se batia. Às vezes a mãe pedia para ela lavar uma loucinha e ela reclamava, aí eu brigava com ela -, disse.
Também prestaram depoimento na tarde desta terça-feira três vizinhos e um cunhado de Liquinha. A partir de agora, o promotor tem cinco dias para fazer a acusação. Depois disso, a advogada de Liquinha tem mais cinco dias para preparar a defesa. Só depois o juiz vai determinar se houve ou não materialidade para comprovar crime contra a vida. Havendo comprovação, ele pronuncia a denúncia e determina que o réu vá a júri popular.