Por pouco mais de uma hora, apoiadores da campanha Alça de Contorno: Obras Já! distribuíram adesivos e panfletos no trecho entre a Via Expressa e BR-101 em Florianópolis na tarde desta sexta-feira. Programada para terminar às 18h, com a fila que se formou na BR sentido Norte, os manifestantes resolveram encerrar antes o movimento para evitar gerar antipatia dos motoristas.
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Tito Schmitt, presidente da Associação Empresarial da Região Metropolitana de Florianópolis e Câmara de Dirigentes Lojistas (Aemflo/CDL) de São José, afirma que o protesto cumpriu seu objetivo: conscientizar a população sobre a importância da execução da obra do contorno viário da Grande Florianópolis, que desafogará o trânsito entre os municípios de Biguaçu, São José e Palhoça. Cerca de 200 pessoas participaram da manifestação.
– Os motoristas aceitaram bem o protesto. Evitamos atrapalhar o movimento que é comum hoje antes do fim de semana – afirmou Schmitt.
Segundo ele, as mais de 30 entidades que compõem a campanha vão pressionar a Agência Nacional de Transportes Terrestres (Antt) para que, no máximo, até o dia 9 de novembro sejam divulgados o cronograma da obra.
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Na quinta-feira, durante a audiência pública em São José, o assessor geral de engenharia da Antt, Flávio Berthoud, afirmou que as datas serão anunciadas no dia 12 de novembro.
Entidades formam comissão para acompanhar andamento da obra
Quinta-feira, as mais de 30 entidades que integram a campanha Alça de Contorno: Obras Já! propuseram a formação de uma comissão que contará com representantes do governo do Estado, do Conselho Metropolitano de Desenvolvimento da Grande Florianópolis (Comdes), do Fórum Parlamentar, da Antt e da Autopista Litoral Sul para cobrar o andamento da obra, principalmente a execução do projeto dos trechos que ainda não têm análise ambiental – do km 175 até a SC-408 e da SC-407 até depois do Rio Cubatão, em Palhoça. A Antt e a Autopista Litoral Sul garantiram que o projeto do trajeto original será cumprido.
O trecho entre os dois pontos já tem o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) pronto. De acordo com a presidente do Comdes e da associação Floripamanhã, Zena Becker, a comissão já confirmou que estará em Brasília no dia 12 de novembro.
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– Todo o problema até agora está na agência reguladora que não cobrou antes e a concessionária acabou se acomodando. Mas estamos fortes. Agora, as entidades nos procuram. A corrente está aumentando – afirma Zena.
A percepção sobre a agência reguladora é recorrente entre as entidades. Para o presidente da Associação Empresarial e Cultural de Biguaçu (Acibig), Valério Silva, a Antt foi omissa durante o processo. Silva afirma que houve falha na cobrança dos prazos.
Autopista afirma que obras começarão logo após a liberação da licença ambiental
Em nome do diretor-geral da Antt, Ivo Borges, o assessor de engenharia disse que a agência não se sentiu ofendida com as manifestações da população da Grande Florianópolis, que culpa a autarquia federal pela morosidade da obra.
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– Achamos legítima a manifestação. Inclusive, se formos convidados, participaremos da comissão sem problemas – disse Berthoud.
Depois das audiências, a população tem 15 dias para enviar propostas ao Ibama sobre a obra. O órgão federal tem 180 dias para analisá-las e emitir a licença prévia. A licença de instalação leva mais 6 meses. De acordo com o diretor superintendente da Autopista Litoral Sul, Paulo Mendes Castro, as obras devem começar assim que o Ibama fornecer a liberação.
– Já temos o financiamento aprovado pelo Bndes. Só falta a licença ambiental _ afirma Castro
Nesta sexta-feira está marcado para as 16h um protesto, próximo à entrada da Via Expressa, na intersecção da BR-101 e BR-282. Haverá distribuição de adesivos, camisetas e faixas. Uma tartaruga inflável – símbolo da campanha – lembrará a lentidão da obra.
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Antt e concessionária garantem que trecho original será cumprido
De acordo com o superintendente da Autopista Litoral Sul, Paulo Mendes Castro, a obra deve seguir o traçado mais longo do km 175 até depois do Rio Cubatão, em Palhoça, em quilômetro a ser definido – evitando também a passagem por um conjunto habitacional do Minha Casa Minha Vida, pedido feito pela prefeitura.
Mesmo assim, a concessionária quer que a licença ambiental do trecho mais curto entre o km 195,6 ao km 218 seja liberada. Isso porque a parte que interliga a SC-408 à SC-407 também faz parte do projeto mais longo. Para ele, se o traçado mais curto for eliminado, a obra demoraria mais porque seria necessária uma nova licença para todo o trajeto. Este foi o ponto mais polêmico discutido nas audiências. Na primeira delas, em Biguaçu, na terça-feira, as entidades e membros da comunidade manifestaram-se contra a aprovação do trecho mais curto e a reunião teve que ser interrompida.
Segundo o superintendente, na terça-feira, em Palhoça, foi impossível explicar aos moradores e entidades esta mudança. O público presente na terça-feira não aceita a hipótese de a obra começar pelo km 195,6, que fica no Centro de Biguaçu.
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– A garantia de que a licença ambiental vai ser pedida para os trechos restantes são as audiências. A palavra da Autopista, ANTT e dos políticos que estão participando desse processo – afirma Castro.
Veja o trajeto proposto pela Autopista Litoral Sul e Antt nas audiências: