O clima na segunda audiência sobre o contorno viário da Grande Florianópolis nesta quarta-feira foi bem mais tranquilo do que se viu na primeira reunião em Biguaçu. Cerca de 200 pessoas ouviram as apresentações sem interrupções e foram apresentadas as alterações no projeto. Mas ainda há dúvidas sobre a conclusão da obra.
Continua depois da publicidade
De acordo com o superintendente da Autopista Litoral Sul, Paulo Mendes Castro, a obra deve seguir o traçado mais longo do km 175 até depois do Rio Cubatão, em Palhoça, em quilômetro a ser definido – evitando também a passagem por um conjunto habitacional do Minha Casa Minha Vida, pedido feito pela prefeitura.
Mesmo assim, a concessionária quer que a licença ambiental do trecho mais curto entre o km 195,6 ao km 218 seja liberada. Isso porque a parte que interliga a SC-408 à SC-407 também faz parte do projeto mais longo. Para ele, se o traçado mais curto for eliminado, a obra demoraria mais porque seria necessária uma nova licença para todo o trajeto. É aí que começam as dúvidas.
Segundo o superintendente, na terça-feira, foi impossível explicar aos moradores e entidades esta mudança. O público presente naquele dia não aceita a hipótese de a obra começar pelo km 195,6, que fica no Centro de Biguaçu. Nesta quarta-feira, a opção por começar as apresentações já pela alteração permitiu que o protocolo fosse até o final.
Continua depois da publicidade
– A garantia de que a licença ambiental vai ser pedida para os trechos restantes são as audiências. A palavra da Autopista, ANTT e dos políticos que estão participando desse processo – afirma Castro.
Entidades afirmam que vão acompanhar obra até que saia do papel
A presidente do Conselho Metropolitano de Desenvolvimento da Grande Florianópolis (Comdes), Zena Becker, afima que o discurso nesta quarta-feira foi bem diferente do ouvido em Biguaçu. Para ela, a grande dúvida é se as outras duas partes do trecho mais longo serão efetivamente concluídos. O Comdes vai pedir que a Auto Pista Litoral Sul assuma o compromisso por escrito de que sejam feitos os estudos dos dois outros trechos _antes e depois do compreendido entre a SC-408 e SC-407.
Para o presidente da Associação Empresarial da Região Metropolitana de Florianópolis (AEMFLO), Tito Alfredo Schmitt, a união da sociedade civil fez a diferença. Schmitt acredita que a união das entidades é essencial para que o projeto que promete aliviar o fluxo na Via Expressa seja saia do papel.
Continua depois da publicidade
Entidades se reuniram para lutar pela obra
Cansadas de esperar pela construção do Contorno de Florianópolis, 17 entidades sociais e de classe se organizaram para lutar pela obra. Uma manifestação, com panfletagem, será realizada em 19 de outubro, um dia após as audiências, na rodovia. O movimento é liderado pelo Conselho Metropolitano de Desenvolvimento (Comdes).
A Autopista aponta que os usuários potenciais do anel viário representam 16 mil veículos por dia, ou seja, menos de 11% dos 150 mil carros que passam diariamente na BR-101 entre Biguaçu e Palhoça. Mas, as organizações, como a Associação Empresarial e Cultural de Biguaçu, discordam e afirmam que 20% a 50% é de fluxo pesado e viajantes.
Próxima audiência
> São José
Data: 18 de outubro
Horário: 18h
Onde: Golden Hotel, Rua Benedito, n° 50, Bairro Serraria