Cansadas de esperar pela construção do Contorno de Florianópolis, 17 entidades sociais e de classe se organizaram para lutar pela obra que desviará o trânsito pesado da BR-101 na região, que sofre diariamente com congestionamentos.

Continua depois da publicidade

Você acha que a obra é importante para desafogar o trânsito na região da Grande Florianópolis?

O setor empresarial resolveu cobrar, de forma mais agressiva, e cria uma agenda de ações. Entre elas manifestações na rodovia e audiências com os órgãos públicos em Santa Catarina e em Brasília.

A primeira atividade do movimento, liderado pelo Conselho Metropolitano de Desenvolvimento (Comdes), será no dia 19 de outubro. O grupo de empresários realizará uma panfletagem nos pontos críticos de congestionamento, como a ligação entre a BR-282 (Via Expressa) com a BR-101, em São José. O protesto será das 16h às 18h.

Continua depois da publicidade

A presidente do Comdes e da Floripamanha, Zena Becker, explica que os empresários estão fartos da morosidade em construir o contorno, que ajudará a diminuir os congestionamentos na Grande Florianópolis e facilitará a vida dos moradores da região, viajantes e caminhoneiros.

Conforme a representante, o grupo está definindo um cronograma, que engloba visitas para cobrar resultados da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em Brasília, e prefeitos.

– Não aguentamos mais as indefinições dos gestores públicos. Uma hora diminuem alguns quilômetros, outra hora a concessionária da rodovia diz o que quer e a ANTT não toma postura nenhuma – lamenta Zena.

Continua depois da publicidade

O Contorno de Florianópolis foi projetado em 1998 pelo Dner (atual Dnit) com 42 quilômetros e deveria ser construído com a duplicação da BR-101 Norte. A obra ficou de herança para a Autopista Litoral Sul. No contrato com a empresa concessionária da BR-101 a construção do anel viário foi encurtado para 24 quilômetros.

Com a pressão de políticos do Estado e de entidades de classe, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aceitou no fim do ano passado construir o plano original, mas em duas fases. Pelo contrato, a obra deveria estar pronta em fevereiro e foi prorrogada para 2015, já que a concessionária alegou que precisou fazer modificação em projetos.

No começo do ano, surgiu um novo entrave. A prefeitura de Palhoça informou que com o crescimento populacional o traçado passa por dentro de um conjunto habitacional. Para evitar passar pelo empreendimento da Rodobens Negócios Imobiliários, o prefeito de Palhoça encaminhou três pedidos de alteração de projeto. Um deles com a construção de dois túneis. Com isso, as entidades de classe e sociais afirmam terem recebido o anúncio de que a obra vai ficar pronta só em 2017.

Continua depois da publicidade

A Autopista aponta que os usuários potenciais do anel viário representam 16 mil veículos por dia, ou seja, menos de 11% dos 150 mil carros que passam diariamente na BR-101 entre Biguaçu e Palhoça. Mas, as organizações, como a Associação Empresarial e Cultural de Biguaçu, discordam e afirmam que 20% a 50% é de fluxo pesado e viajantes.