Após perder mais uma batalha jurídica e continuar impedido de reassumir a presidência da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, o deputado Romildo Titon (PMDB) decidiu buscar refúgio na base eleitoral. Ele passou a quinta-feira em Campos Novos, no Meio-Oeste catarinense, onde começou a carreira e mantém residência.
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Orientado pelo advogado, Titon se recusa a dar entrevistas e, por enquanto, participa de discussões que devem definir o futuro político, já que avalia a possibilidade de renunciar à cadeira na mesa diretora da Assembleia. No início da tarde, ele saiu do apartamento da família, no Centro de Campos Novos, e teria ido para um sítio no mesmo município, para uma reunião.
Questionado sobre possíveis declarações, o motorista e segurança pessoal do deputado, que estava de plantão na porta do prédio, disse apenas que Titon está bastante abalado e prefere não falar com ninguém por enquanto. Se o silêncio impera de um lado, a situação é motivo de muitos comentários na cidade.
Os supostos crimes cometidos pelo deputado, que é um dos 46 denunciados da Operação Fundo do Poço, dominam rodas de conversa. Mas poucas pessoas sabiam que Titon estava em casa, já que ele não teria ido a nenhum local público.
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Quem conhece melhor o presidente afastado da Assembleia diz que ele costuma se isolar no sítio, distante cerca de 30 quilômetros da cidade, para evitar exposição. Isso porque o município de Campos Novos tem pouco mais de 30 mil habitantes e Titon é uma das figuras mais conhecidas no local. Qualquer passagem pelas ruas centrais, por exemplo, poderia ser motivo de alvoroço e de questionamentos dos moradores, principalmente em ano de eleições, quando o deputado estadual deve concorrer à reeleição.
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O primeiro revés de Titon ocorreu em 26 de fevereiro, quando uma liminar do desembargador José Trindade dos Santos o afastou do comando da Casa.
Dois dias depois veio a segunda derrota. A Justiça não reconheceu o recurso da Assembleia, sob o argumento de que não caberia ao Legislativo recorrer do afastamento.
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A terceira derrota veio em 5 de março, quando o TJ julgou o recurso do empresário Luciano Dal Pizzol e manteve o entendimento de que cabe à Justiça Estadual aceitar ou não a denúncia de fraude nas licitações, investigada pela Operação Fundo do Poço. Na quarta-feira o deputado teve a quarta derrota, com a rejeição do recurso para voltar ao cargo de presidente, votado na sessão do Órgão Especial do Tribunal de Justiça.
