A duplicação do trecho de 74 km da BR-280, entre São Francisco do Sul e Jaraguá do Sul, no Norte do Estado, pode sofrer mais um duro revés. Há o risco de as obras pararem por tempo indeterminado devido à falta de repasses de verbas por parte do governo federal.
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Um relatório emitido nesta semana pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) sugere a suspensão de 61 contratos de construção em 31 rodovias do País. Isso deve acontecer nas próximas semanas.
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No momento, as empreiteiras Cetenco e SulCatarinense trabalham em dois dos três lotes de duplicação da BR-280. A Cetenco, em um trecho de 23 km entre o acesso à Rodovia do Arroz, em Guaramirim, e a área urbana de Jaraguá do Sul (lote 2.2); e a SulCatarinense, em um trecho de 14 km, entre o entroncamento com a BR-101 e o acesso à Rodovia do Arroz.
Nos dois lotes, as obras estão com cerca de 15% dos trabalhos iniciados após oito anos de anúncio da duplicação. Conforme o chefe de serviço do DNIT em Joinville, Antônio Carlos Bessa, se as obras pararem, as consequências serão desastrosas.
– Será um problema para todo mundo. Para a obra em si; para as empresas, que terão de demitir entre 200 e 300 empregados; e para o comércio local, que vive em função da obra. O impacto será violento – avalia.
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Segundo a assessoria do DNIT em SC, o governo definiu, no início do ano, na Lei Orçamentária Anual (LOA), o repasse de R$ 20 milhões para o lote 2.2 e R$ 1 milhão para o lote 2.1, valores bem abaixo do pedido para o ano, que era de R$ 100 milhões para o lote 2.2 e R$ 15 milhões para o 2.1.
Bessa informou, na semana passada, à reportagem de “A Notícia, que estariam garantidos os repasses de R$ 16 milhões para o lote 2.2, onde são construídos dois túneis no morro do Vieira, e pouco mais de R$ 11 milhões para o lote 2.1, onde são realizados trabalhos de terraplenagem.
As obras nos túneis estão mais adiantadas. A Cetenco, responsável pelas construções, mantém 90% dos seus funcionários no local e as escavações avançam cerca de três metros por dia. O túnel Leste, em direção a Corupá, está com aproximadamente 700 metros escavados dos 1.070 projetados, enquanto o túnel Oeste, no sentido oposto, tem 90 metros abertos dos cerca de 1.040 metros projetados.
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– Hoje há uma indefinição muito grande. Estamos aguardando uma posição oficial do DNIT de Brasília para fazermos o planejamento da obra até o final do ano. Não sabemos se vão cortar (os recursos), se vão paralisar. É tudo especulação. Temos de aguardar – diz.
De acordo com Bessa, o ritmo da obra é proporcional ao dos recursos liberados. O lote 1, por exemplo, não teve a ordem de serviço para o trecho de 36 km entre o Porto de São Francisco do Sul e a BR-101 assinada, e nem deve ter neste ano.
– A orientação de Brasília, desde o início do ano, é de que, diante da escassez de recursos, as obras que não começaram, nem começariam. Então, não acredito que venha algum dinheiro para o lote 1 neste ano – ressalta.
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