Desde sexta-feira, a Grande Florianópolis vive uma nova onda de atentados a ônibus e apoliciais Os setores de inteligência das polícias Civil e Militar e as equipes especializadas no combate ao crime organizado buscam a identificação dos responsáveis.

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A Tenente-coronel Claudete Lehmkuhl, chefe de Comunicação da Polícia Militar em Santa Catarina, falou com o DC sobre a mobilização policial contra os criminosos.

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DC – Quais medidas estão programadas para esta segunda-feira em relação à segurança?

Tenente-coronel – Sábado mesmo o comandante-geral determinou a abertura da sala de situação. É uma sala estratégica para o comando poder acompanhar essas ações de perto e também coibir o comando dessas ações. Mandou intensificar o policiamento por meio das unidades especializadas. Está realizando escoltas em pontos específicos, em locais de maior vulnerabilidade.

O contato é muito próximo com as empresas de ônibus, com os empresários. Foi criada, inclusive, uma rede de comunicação para que, de uma forma muito rápida, eles possam estar interagindo com a Polícia Militar na busca de soluções e também indicando algumas linhas que eles entendam como necessário o acompanhamento policial.

DC – Quantos policiais, mais ou menos, estão envolvidos?

Tenente-coronel – Nós não estamos divulgando números. Na realidade, é muito perigos estrategicamente quando você define números, porque pode haver uma interpretação: ah é muito, é pouco, está concentrado em determinadas áreas. Essa informação acaba não servindo somente para o cidadão comum, mas para a criminalidade também. Então, estrategicamente, a Polícia Militar não divulga.

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O que posso dizer é que foi intensificado o policiamento, está sendo reforçado. Estamos trabalhando diuturnamente, principalmente nos setores de inteligência, para chegar o mais rápido possível nos responsáveis por esses atentados. De uma forma muito integrada com os demais órgãos de segurança pública. O próprio governador do Estado em exercício determinou que fosse um trabalho integrado, que houvesse colaboração de todos para que se chegue o mais rápido possível aos responsáveis por essas ações.

DC – Apesar de os motoristas e cobradores da Insular terem recebido escolta, muitas empresas não relataram acompanhamento policial na saída dos ônibus da garagem. Está ocorrendo alguma forma diferente de escolta?

Tenente-coronel –Em algumas empresas, houve essa escolta na saída da garagem. Na realidade, tem alguns locais que estão mais vulneráveis que outros. Foram selecionadas algumas empresas e elas tiveram esse acompanhamento. O que a Polícia Militar tem feito é essa interação com os empresários e eles mesmos acabam solicitando quando eles percebem que pode ter algum problema na saída desses ônibus.

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Claro que a Polícia Militar não dispõe de estrutura para acompanhar cada ônibus que está circulando. Tentamos selecionar os casos mais críticos, ou com base em levantamentos da Inteligência, ou por conhecimento das regiões em que esse ônibus vai transitar. Então acaba-se, através de policiamento não identificado (que é o policiamento velado) no ônibus, ou em carros não identificados, ou também através de policiamento ostensivo com viatura identificadas, garantindo esse deslocamento dos ônibus.

DC – Durante a manhã não tivemos notícia de novos atentados…

Tenente-coronel – Desde domingo, por volta das 22h, não aconteceu nenhuma ocorrência que pudesse comprometer, que pudesse estar relacionada com os atentados. A última foi no domingo, no Saco dos Limões.

DC – Você acha que isso é um indicativo de que podemos ficar mais tranquilos?

Tenente-coronel – Na realidade, nós estamos passando para a comunidade que sigam a sua vida normal, apesar desse estado de insegurança, até por que o alvo não está sendo o cidadão comum. Eles estão procurando causar danos públicos e privados. Então, que levem a vida normal. A Polícia Militar está atenta 24h para proteger o cidadão, para realmente conseguir solucionar esse problema.

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DC – A Polícia Militar tem alguma orientação para os usuários de transporte?

Tenente-coronel – A orientação que a gente pede para a comunidade é ficar atenta a casos suspeitos, como pessoas que estão se reunindo e comprando combustível. Caso perceba que alguém possa estar envolvido com alguma coisa, que ligue para 190 passando essa informação, até porque a identidade dessa pessoa vai ser preservada. Então, que colabore realmente com a Polícia Militar e a Polícia Civil nessa prestação de informações.

DC – Em relação a segurança dos policiais está sendo tomada alguma medida?

Tenente-coronel – O comando-geral passou para cada policial alertar suas famílias, redobrar o cuidado em suas residências, para que de repente ninguém saia machucado dessas agressões contra residências. Hoje, aqui em Santa Catarina, nós temos a vantagem de que cada policial militar dispõe de um kit de proteção individual composto por colete balístico, armamento, cinto. Então o policial militar tem uma forma de estar se protegendo e reagindo contra um possível atentado contra a sua residência ou nas proximidades. Hoje ele realmente está armado, dispõe de equipamento de proteção individual 24 horas por dia. Mas sem dúvida de que é uma situação preocupante.

DC – Tem algum outro aspecto para ressaltar sobre o caso?

Tenente-coronel – Algumas pessoas já foram de certa forma identificadas, estão sendo procuradas. E que a gente espera que não volte a acontecer. Tem aquele efeito cascata também de, acontecendo os primeiros ataques, os outros que acabam depois ocorrendo não necessariamente tem ligação com o outro. São tudo coisas que estão sendo investigadas. A Polícia Civil está com um trabalho bem intenso de investigação para que o mais rápido possível possa dar uma resposta para toda sociedade catarinense.

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