Os setores de inteligência das polícias Civil e Militar e as equipes especializadas no combate ao crime organizado buscam a identificação dos responsáveis por uma nova onda de atentados a ônibus e a policiais na Grande Florianópolis.

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A cúpula da segurança e o próprio governo usam a cautela na divulgação dos detalhes da investigação, mas deixam claro que facções criminosas podem estar mais uma vez por trás da violência registrada até a noite deste domingo, com três ônibus incendiados, tiros contra casas de policiais e uma guarita da Polícia Civil.

Na noite deste domingo, por volta das 21h30min, dois homens jogaram um coquetel molotov em um ônibus estacionado na cidade de Tijucas, mas o veículo não chegou a incendiar. Dois homens fugiram em uma moto e depois a abandonaram seguindo num carro.

A linha mais forte de apuração, conforme o DC apurou, trata de nova ordem para ataques a mando da facção Primeiro Grupo Catarinense (PGC) por motivos que podem ser vingança a ações policiais nas ruas, principalmente a mortes de criminosos em confrontos.

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Um ponto tranquilizador é que as polícias teriam conseguido interceptar no fim de semana uma ligação telefônica com determinação imediata para cessar os ataques.

O desafio das polícias é identificar a origem da ordem de comando dos atentados. Agentes penitenciários do Departamento de Administração Prisional (Deap) também estão envolvidos no trabalho.

A facção mantém lideranças fortes em vários presídios do Estado, mas os 30 principais líderes do PGC encontram-se em presídios federais.

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Os setores de inteligência não descartam até mesmo que os episódios nas ruas sejam uma guerra de forças entre bandidos do PGC com criminosos da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, que busca se instalar e chefiar negócios ilícitos como o tráfico de drogas em Santa Catarina.

A Polícia Militar ativou a sala de situação, em Florianópolis, onde concentra as ações policiais de prevenção e reação. Num grande telão, domingo, constava como título “Atentados – Setembro 2014”, seguido do resumo de cada crime registrado.

No meio da tarde, houve uma entrevista coletiva dada no local pelo governador em exercício, Nelson Schaefer Martins, que estava ao lado dos secretários da Segurança, César Grubba, do secretário da Justiça e Cidadania, Sady Beck Júnior, e dos comandos das polícias Civil e Militar e do Instituto Geral de Perícias (IGP).

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O governador declarou que as facções estão sendo investigadas, que a missão se concentra em identificar a origem, o mando e o comando das ordens.

Segundo Schaefer, o objetivo é sufocar o movimento criminoso o mais rápido possível, inclusive cumprindo ordens de prisão dos suspeitos investigados que foram identificados.

O secretário da Segurança, César Grubba, lembrou que uma das linhas de investigação é que os atentados sejam vingança à morte de Cesar Machado, 33 anos, que morreu após confronto com PMs do 7º Batalhão, às 3h40min de domingo, no Bairro Serraria, em São José.

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Machado tinha antecedentes criminais e era um dos suspeitos de ataques ocorridos na sexta-feira. O comparsa dele, Tiago Maciel, 19, foi baleado e está hospitalizado.

Delegados especializados

A presença de policiais especializados em investigações complexas do crime organizado no Estado chamou a atenção no comando geral da PM, embora eles não tenham participado da entrevista coletiva.

Estavam no local os delegados Procópio Batista, da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Draco) da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), Mauro Dutra, diretor da Inteligência da secretaria de Segurança, Alexandre Kale, diretor de Inteligência da Polícia Civil, e Antônio Feixas Joca, da Delegacia de Combate às Drogas.

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