A partir da noite deste domingo, a Polícia Militar fará escoltas a ônibus na Grande Florianópolis para evitar novos atentados na região. Haverá batedores desde a saída de terminais e também em pontos mapeados como sendo críticos.

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Ainda não está decidido se haverá ou não suspensão de horários e linhas, medida que por enquanto caberá às próprias empresas e as prefeituras.

– Vamos fazer escoltas necessárias e estaremos com efetivo mais intenso e com ostensividade. Nesse momento o estado da situação é de muita tranquilidade porque a situação tende a diminuir e a parar por completo – disse o comandante geral da PM, coronel Valdemir Cabral, em uma reunião com os representantes das empresas de ônibus, sindicatos e prefeituras da Grande Florianópolis.

Realizado no quartel do comando-geral, em Florianópolis, logo após a cúpula da segurança se reunir com o governador em exercício, o encontro não definiu nenhum plano emergencial sobre como será o serviço de transporte coletivo nos próximos dias.

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– São bandidos covardes, que agem na surdina e trabalham para causar pânico na comunidade. Por isso vamos fazer essa operação pró-ativa e intensificando as ações até melhorar – afirmou o subcomandante-geral da PM, coronel Paulo Henrique Hemm.

O comando da PM pediu aos presentes apoio na troca de informações e criou um grupo no aplicativo whatsapp que servirá de comunicação com o setor.

As empresas pediram reforço da PM principalmente depois das 23 horas em pontos como Monte Cristo e Abraão, no Continente e no Norte da Ilha (favela do Siri e Rio Vermelho), e não apenas nos terminais de ônibus em que já existe segurança privada.

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Clima de apreensão

O clima entre os empresários e sindicatos era de apreensão com possíveis novos atentados. Gildo Formento, diretor da Estrela, cobrou uma estratégia de orientação não só dos ônibus mas das pessoas que trabalham e utilizam o transporte.

– A calmaria é até morrer uma pessoa carbonizada, então temos que evitar que isso aconteça e não esperar o pior de novo para tomar providências – observou Formento.

A prefeitura de Florianópolis disse que depende das informações da segurança para decidir sobre mudanças em horários e linhas.

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De acordo com o diretor de planejamento da Secretaria de Mobilidade Urbana, Vinicius Cofferri, não há plano de emergência montado nesse sentido, o que será feito a partir de constantes conversas com as empresas.

– A gente não sabe o que está acontecendo, não fomos informados de nada de concreto, nenhum fato específico que esteja motivando isso – destacou Cofferi ao pedir informações à PM sobre a motivação dos atentados.

Cronologia dos crimes:

Sexta-feira (26):

-23h – Um ônibus da empresa Jotur foi incendiado na rua Germano Sprícigo, no bairro Caminho Novo, em Palhoça. Cerca de 20 passageiros estavam no veículo. Os criminosos mandaram que todos descessem e com um galão de gasolina colocaram fogo no ônibus. De acordo com a polícia, os criminosos disseram ao passageiros que o ataque foi feito pelo Primeiro Grupo Catarinense (PGC).

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– 23h – Dois homens assaltaram um coletivo na avenida Santa Catarina, bairro Bela Vista, em São José. Os assaltantes levaram todo o dinheiro do caixa. Em seguida, tentaram atear fogo no veículo da empresa Biguaçu, linha Bela Vista, mas a própria população apagou o incêndio.

Domingo (28):

– 1h – Dois homens em uma motocicleta atiraram um coquetel molotov na bomba de combustível do Posto Cambirela, em Palhoça. O fogo foi apagado por um vigilante.

– 2h40min – A casa de um policial militar, no bairro Serraria, em São José, foi atingida por três disparos. Dois tiros atingiram a janela de um quarto e um quebrou outra janela. Os disparos teriam sido efetuados por dois homens de moto que conseguiram fugir.

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– 2h45min – A guarita do depósito da Polícia Civil foi atingida por três disparos no bairro Areias, em São José. Segundo uma testemunha, os tiros foram dados por dois homens, que fugiram de moto.

– 3h15min – Dois homens atiraram quatro vezes contra a casa de um PM no bairro Serraria, em São José. O carro do agente foi atingido por três tiros. Ele estava em horário de serviço na hora do atentado.

– 7h15min- Um ônibus pegou fogo na avenida das Margaridas, bairro Serraria, em São José. Não houve feridos. De acordo com a Polícia Militar, 10 homens seriam responsáveis pelo ataque.

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