Esperança parecia uma palavra triste demais para os avaianos. No dia 18 de março, quando Iury fez o gol que garantiu a permanência do Avaí na elite do Catarinense, ao vencer o Guarani de Palhoça por 1 a 0, na Ressacada, projetar um futuro de alegrias em 2016 parecia improvável. Esperança seria torcer para que algo pior não acontecesse. Os elementos da temporada tinham tudo para formar um roteiro de um filme de terror. Mas, com apenas alguns ajustes, o ano melhorou. Agora para ter um final épico, daqueles que emocionam, a equipe azurra precisa vencer o Londrina, neste sábado, às 16h30min.
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Um triunfo e a elite estará de volta à Ressacada, apagando um ano de muitos erros e decepções aos avaianos e coroando um técnico emergente, um ídolo eterno e um grupo fechado.
A situação financeira do Avaí sempre foi problema. Se no ano passado já não havia dinheiro para pagar as contas, com a Série B e uma cota de televisão muito menor a situação ficou ainda mais complicada. O presidente Francisco Battistotti assumiu o clube depois da renúncia de Nilton Macedo Machado e ainda teve que enfrentar ameaças de morte de quem não o queria no poder.
Marquinhos, ídolo do clube, voltou a jogar depois de se recuperar de uma grave lesão no joelho esquerdo. Ele abraçou o presidente e no vestiário, junto com líderes como Betão e Renan, ajudou o mandatário a comandar o grupo, que, mesmo com salários atrasados, se fechou em busca do acesso, sem reclamar da situação, principalmente, publicamente.
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Claudinei Oliveira conseguiu em pouco tempo encontrar uma maneira de fazer o Avaí jogar. Um time fechado e que usa o contra-ataque como arma. O treinador mostrou domínio sobre o grupo e trabalho forte nos treinos. Quando perdeu Lucas Coelho e William, centroavantes, mudou o esquema e manteve as vitórias.
– Na minha chegada, não acreditava no acesso e não sabia o que iria encontrar. Mas botamos na cabeça dos jogadores que não era para pensar no final. Era preciso pensar jogo a jogo e fomos chegando, fazendo uma campanha muito boa. Vamos controlar a ansiedade, que é boa, te faz ter atenção no jogo. E agora precisamos ter calma para definir, não atropelarmos nada – disse o treinador em Londrina, mostrando sua usual tranquilidade.
Nascimento de um ídolo da torcida avaiana
A partida deste sábado passa por uma vitória e, por isso, o grande personagem do triunfo, se ele vier, deverá ser o autor do gol. Mas existe um atleta especializado em evitar tentos que merece demais esse acesso: o goleiro Renan.
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Desde o início do ano no clube, o goleiro passou por todos os problemas e desde o início se mostrou o grande atleta do Leão no ano. Sem dúvidas, ele é o mais regular e melhor jogador do Avaí na temporada. Líder, evitou nas últimas 16 rodadas – jogos responsáveis por levar o Avaí ao G-4 –, que o time fosse derrotado diversas vezes. O jogo mais marcante para ele, sem dúvida, foi o empate por 0 a 0 com o Vasco, em São Januário. Contra o Londrina, ele pode não ser o protagonista, mas não será menos herói do que qualquer outro jogador.
Claudio Tencati, o técnico longevo
O time do Londrina não tem nenhuma estrela. O adversário do Leão é organizado, muito semelhante ao que Claudinei Oliveira faz com o Avaí. Mas, diferentemente do time catarinense, estabelecida há alguns anos entre as séries A e B, a ascensão no time paranaense foi gradativa ao longo dos últimos anos.
A equipe tem o apoio do empresário Sergio Malucelli e, portanto, uma visão mais comercial do mercado de futebol. Algo que é diferente no Londrina, no entanto, é a confiança no técnico.
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Cláudio Tencati está como treinador no Tubarão desde 21 de abril de 2011. Ele é o profissional há mais tempo em um clube brasileiro.
Pelo Londrina, ele foi campeão paranaense de 2014 e conquistou os acessos para as séries C e B. Agora, ele tenta levar o time à elite, algo que não acontece desde 1982.
O volante França, ex-Figueirense, não é destaque do clube, está longe disso. Mas, pela rivalidade que ficou entre ele e o Leão em sua passagem pelo Furacão, o atleta é um outro atrativo da partida. Ele fez só cinco partidas pelo clube, mas há chances de ele ser titular contra o Avaí, isso se o volante Anderson não puder jogar.
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FICHA TÉCNICA
LONDRINA
Marcelo Rangel (Alan), Lucas Ramon, Marcondes, Matheus e Leo; Anderson (França), Germano, Rafael Gava e Zé Rafael; Safira (Jô) e Itamar.
Técnico: Claudio Tencati.
AVAÍ
Renan; Alemão, Betão, Fábio Sanches, Capa; Luan, João Filipe, Renato, Diego Jardel, Marquinhos; Romulo.
Técnico: Claudinei Oliveira.
Arbitragem: Andre Luiz de Freitas Castro, auxiliado por Cristhian Passos Sorence e Leone Carvalho Rocha (trio de GO).
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Local: Estádio do Café, em Londrina (PR)
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