A desembargadora Águeda Maria Lavorato Pereira, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SC), deixou sob a responsabilidade de uma das Varas do Trabalho de Itajaí a realização urgente de uma audiência para tentativa de conciliação entre o Consórcio MGT e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, Material Elétrico e de Construção Naval de Itajaí e Região. O pedido ocorreu depois que o Consórcio MGT, formado pelas empresas DM Construtora e TKK Engenharia, ingressou com uma ação na justiça para proibir a entrada de trabalhadores nas empresas e pedir declaração de abusividade da greve dos metalúrgicos.

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O Consórcio teria apresentado provas da presença de caminhão de som, faixas e de bloqueios que foram feitos na frente de uma de suas empresas para justificar a ação judicial.

Ao analisar o processo a magistrada, porém, se negou a tomar uma decisão, sem ouvir o sindicato laboral. Ela entendeu que a greve é uma realidade social e dinâmica, cujo exercício foi assegurado aos trabalhadores depois de uma longa luta histórica.

“Seu exercício implica naturais dissabores e contratempos, especialmente em razão do grande número de trabalhadores envolvidos, cabendo à empresa suportar os efeitos da paralisação se atendidos os requisitos da lei”, diz a decisão.

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Para Carlos Teixeira, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Naval de Itajaí e Navegantes (Sinconavin), a greve é ilegal, independentemente de qualquer decisão. Segundo ele, as 19 reivindicações que levaram à greve não faziam parte do rol das solicitações feitas pelo sindicato laboral em fevereiro.

– São reivindicações feitas fora do tempo e inoportunas, que não se aplicam ao Sindicato Patronal das Indústrias Metalúrgicas, Mêcanicas e de Material Eletrico de ItajaÍ (Sindimetal) e ao Sindicato da Indústria da Construção Naval de Itajaí e Navegantes (Sinconavin). Elas dizem respeito exclusivamente às duas empresas paralisadas – o Consórcio MGT e a AMAL – destaca.

Ainda não foi divulgada a data da audiência de conciliação solicitada pela magistrada. O sindicato laboral não atendeu as ligações da reportagem até às 20h desta sexta-feira para um posicionamento sobre a decisão.

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Reunião já agendada

Conforme Carlos Teixeira, está marcada para o dia 11, às 14h, uma audiência na Justiça do Trabalho. O objetivo, segundo ele, é reunir o sindicato patronal das Indústrias Metalúrgicas, Mêcanicas e de Material Elétrico de ItajaÍ e Região (Sindimetal) e o sindicato dos trabalhadores para que seja proporcionada uma conciliação em ambiente seguro. – Cada lado vai ter que ceder e o bom senso terá que prevalecer – destacou,