O Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) está prestes a formalizar mais um contrato com a empresa que está realizando as obras emergenciais na Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis. O governo do Estado deve aprovar nesta sexta-feira uma proposta da Empa, do grupo português Teixeira Duarte. A assinatura dos papéis está prevista para segunda-feira da próxima semana.

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Novamente se trata de um contrato emergencial, com dispensa de licitação, desta vez no valor de R$ 11 milhões e prazo estabelecido em cinco meses. Com a concretização do novo contrato, a construção da estrutura de sustentação inferior deverá chegar a quase R$ 22 milhões.

Isso porque o novo valor contratual é somado aos R$ 10,5 milhões já pagos à mesma empresa, que deu continuidade em abril deste ano ao erguimento das quatro torres localizadas abaixo da ponte, iniciadas pelo Consórcio Florianópolis Monumento, cujo contrato foi rescindido em agosto de 2014.

Com este novo acordo, o Deinfra e a Empa pretendem concluir na totalidade, até fevereiro de 2016, a etapa da “Ponte Segura”, que constitui em uma estrutura de sustentação inferior construída para evitar o desabamento da Hercílio Luz em caso de colapso.

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Mas o anúncio oficial do início dos trabalhos da Empa, em abril deste ano, era de que a empresa iria concluir a fase de sustentação em 180 dias. Pelo novo contrato, a empresa levará 11 meses para concluir a fase de sustentação inferior, quase o dobro do anunciado inicialmente.

A lei de licitações prevê um prazo de 180 dias para obras de emergência. Como a estrutura de sustentação inferior deve levar quase um ano para ser concluída, serão necessários dois contratos emergenciais para a conclusão da etapa. Segundo o Deinfra, isto não estava dentro do previsto.

Antes o governo esperava que a American Bridge – mesma empresa que construiu o cartão-postal na década de 1920 – daria continuidade às obras da etapa “Ponte Segura” após a conclusão das quatro torres. Mas como os americanos não aceitaram até agora trabalhar na Hercílio Luz, o Deinfra tenta agora firmar novo acordo com a Empa sob a justificativa de que a continuidade da estrutura inferior é, também, emergencial.

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Neste domingo a Empa deve concluir o erguimento das quatro torres situadas logo abaixo da ponte, que foi o objeto do primeiro contrato emergencial. O novo contrato prevê a instalação de um leito de madeira que irá percorrer toda a parte inferior da ponte e será anexada às quatro torres. Neste leito serão instalados 54 macacos hidráulicos que darão segurança plena ao cartão-postal contra desabamento.

O engenheiro responsável pela obra por parte do Deinfra, Wenceslau Diotallevy, explica que o erguimento das quatro torres foi necessário para garantir a segurança da ponte em caso do rompimento de uma das barras de olhal (cabos metálicos que suspendem a ponte). Mas explica também que a ponte só estará completamente segura contra queda após a finalização de toda a etapa, pois ela se encontra comprometida em outras partes.