Pela terceira vez no ano, alunos com necessidades especiais de Florianópolis que dependem do transporte da Associação Florianopolitana de Deficientes Físicos (Aflodef) para ir para escola tiveram que ficar em casa nesta sexta-feira. Sem receber o valor do convênio com a Secretaria Municipal de Educação, a Aflodef não teve como pagar o salário dos motoristas e monitores, que paralisaram o serviço até que o dinheiro chegue.

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— É um descaso com nossos filhos e todas as famílias. Todos os meses prestamos conta para o Conselho Tutelar, é um direito deles ir para escola e temos obrigação de mandar — explica Solange Krupp, 54, mãe de Alexandre Henrique Krupp, 12 anos, que tem paralisia cerebral, microcefalia e epilepsia.

A família vive nos Ingleses, mesmo bairro da escola de Alexandre, mas devido a sua condição fica inviável a mãe levar o filho no transporte coletivo comum. Todos os dias o menino é buscado em casa pela van da Aflodef.

O presidente da entidade, José Roberto Leal, o Zezinho, explica que o problema é recorrente. No início do ano, um pequeno grupo da rede municipal já tinha ficado de fora do convênio. Em junho, foram os estudantes da rede estadual. Desta vez, 20 alunos das regiões norte e sul ficaram sem transporte pela falta do pagamento de R$ 17 mil.

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— A gasolina a gente vai pendurando no posto e paga sempre atrasado, mas eles também não querem mais aceitar. São três motoristas e dois monitores que estão com a salário atrasado, não posso obrigar eles a trabalhar sem receber. Há três semanas estou conversando, na segunda-feira eu enviei ofício para a Educação e para a Coordenadoria de Políticas Públicas para Pessoa com Deficiência avisando que iria parar e não fizeram o pagamento, que era pra ter caído no dia 5 — explica.

Sem dinheiro

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Educação informou que analisou a prestação de contas da entidade e fez o empenho financeiro. Isto é, autorizou a Secretaria Municipal de Finanças a pagar a quinta parcela do convênio com a instituição no valor de R$ R$ 17.888. A Secretaria Municipal de Finanças respondeu que “está tentando recompor o caixa para fazer os pagamentos devidos”. Não foi dado um prazo para a regularização. Até lá, o transporte fica comprometido.

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