Isso porque a Secretaria Municipal de Educação firmou convênio com a Associação Florianopolitana de Deficientes Físicos (Aflodef) para atender apenas 15 estudantes com deficiência da rede municipal, deixando outros 16 alunos da rede municipal, estadual e privada (bolsistas) sem o benefício. São pessoas que moram em área de risco, onde o transporte coletivo não chega.
Continua depois da publicidade
A Secretaria de Educação alegou que não há verba para aumentar o número de vagas – que subiu em 50% em relação ao ano passado, quando somente 10 estudantes eram atendidos – e que a prioridade é para alunos da rede municipal.
O presidente da Aflodef, José Roberto Leal, mais conhecido como Zezinho, explicou que 10 dos alunos que aguardam vaga eram, até o ano passado, atendidos pela própria entidade, sem o apoio da prefeitura, apesar de alguns estudarem na rede pública. Os outros seis são estudantes de escolas estaduais e que estão em uma lista de espera por vaga. A associação afirma que não tem verba para bancar o transporte.
No total, a Aflodef transporta 24 portadores de deficiência: são estudantes, pessoas que vão para o trabalho, para o médico ou para atividades esportivas. Zezinho diz que ainda existe a possibilidade de ajuda da iniciativa privada, mas também não conseguiu um parceiro para a causa.
Continua depois da publicidade
Em janeiro, a Aflodef entrou em contato com os familiares dos deficientes atendidos pelo transporte para avisar que não poderiam manter o trabalho. Tanto a associação quanto as famílias dos deficientes pediram uma reunião no gabinete do prefeito, mas não foram atendidos.
Thiago pode ficar sem estudo
Uma das crianças que está na espera pelo transporte é Thiago Emanuel Serpa, 12 anos. Ele tem distrofia muscular progressiva, é cadeirante e corre o risco de ficar sem estudar, porque a mãe não tem como levá-lo até a escola.
– O seu Zezinho disse que ainda precisa resolver a questão do transporte para o Thiago, porque esse ano a associação não vai conseguir levar e precisa do convênio com a prefeitura. Se não conseguir ajuda, ele fica sem estudar – disse Rosemar Serpa, mãe do menino.
Continua depois da publicidade
Acompanhe as notícias da Grande Florianópolis
Burocracia atrasa
A responsável pela Coordenadoria de Políticas Públicas para Pessoa com Deficiência e Doenças Raras, Fernanda Baggio Gasperin, explicou que existe a possibilidade de aumentar a demanda de vagas para os alunos da rede municipal. Porém, eles estão travados com a questão burocrática, por isso não podem dar um prazo, mas o fato é que, apesar da demora, os alunos não ficarão sem transporte para estudar. Já os estudantes da rede estadual, segundo Fernanda, são de responsabilidade do Estado.
A Secretaria de Assistência Social também se manifestou, informando que repassa à Aflodef uma quantia anual para atender serviços de ordem social, ficando impedida de arcar com alguma despesa envolvendo transporte.
Para 2016, o valor será de R$ 117 mil. Já a Secretária de Educação do Estado, encaminhou a reportagem para a Direção de Apoio ao Estudante. Até o fechamento desta edição, não conseguimos contato com nenhum dos telefones disponíveis.
Continua depois da publicidade