A primeira semana de transporte coletivo emergencial em Blumenau foi um duro teste de paciência aos usuários. Dificuldades neste início de operação já eram esperadas tanto pela Viação Piracicabana, responsável pelo serviço, quanto pela prefeitura, mas os problemas ganharam dimensão ainda maior com a enxurrada de reclamações e de imagens do caos do sistema que invadiu veículos de comunicação e redes sociais entre segunda e sexta-feira.

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O contrato firmado entre a empresa e o poder público previa 190 veículos em operação a partir de segunda – o número ideal é 240. Mas a semana começou com apenas 80 e terminou com 150 coletivos em circulação. Não deu outra: ônibus de menos resultaram em superlotações, uma série de atrasos em horários e nervos à flor da pele entre passageiros.

Nem mesmo o fato de as catracas estarem livres de segunda a quinta-feira – a cobrança só começou a ser feita na sexta – amenizou os protestos. A insatisfação foi grande em relação à quantidade de coletivos, mas maior ainda sobre a qualidade deles.

A Piracicabana reconhece os problemas e diz estar trabalhando para que os ônibus estejam em melhores condições na próxima semana. Uma equipe de 48 mecânicos vai se revezar numa força tarefa entre o sábado e segunda – que terá horários de feriado – para trabalhar no conserto de veículos. Vários deles já mexiam nos carros na garagem da Viação Nossa Senhora da Penha, onde parte da frota está estacionada, na tarde de sexta-feira.

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O diretor jurídico e institucional do Grupo Comporte, Maurício Queiroz, diz que a Piracicabana ainda não contabilizou o número de ônibus que quebraram ao longo desta semana. O executivo alega que o fluxo de contratação de funcionários “não foi como a empresa esperava” já que, segundo ele, houve demora na liberação de ex-funcionários do Consórcio Siga. Esse atraso, ainda conforme Queiroz, prejudicou a admissão de mecânicos para manutenção dos veículos.

– Muitos desses ônibus estavam parados em outras cidades – disse o executivo, justificando o porquê dos veículos estarem mais suscetíveis a problemas.

A lentidão da rescisão contratual de antigos motoristas do Siga, alega a Piracicabana, também impediu que eles fossem recontratados dentro do prazo estipulado pela empresa. Sem profissionais suficientes para dirigi-los, a quantidade de ônibus que começou a semana rodando acabou sendo menor.

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O Santa tentou contato com o Seterb para fazer um balanço dessa primeira semana, mas não obteve retorno.

::: Tarifa do transporte coletivo de Blumenau volta a ser cobrada nesta sexta-feira

Até quinta-feira a Piracicabana havia recrutado 1.050 trabalhadores – 481 motoristas, 490 cobradores e 79 profissionais de manutenção e limpeza. Este é, segundo a empresa, o quadro ideal para que o sistema opere com 190 ônibus a partir de “terça ou quarta-feira”, segundo o diretor jurídico e institucional do Grupo Comporte, Maurício Queiroz, que responde pela Piracicabana.

Pelo acordo firmado com a prefeitura, a empresa deve disponibilizar 240 veículos num prazo de até 30 dias a partir do início das operações. Os 50 restantes chegarão a Blumenau nos próximos dias. Esta meia centena de ônibus está rodando em outras cidades onde o grupo já opera e não precisará, segundo o executivo, de grandes manutenções corretivas. Por enquanto novas contratações estão suspensas.

A Piracicabana elaborou uma lista de espera de ex-funcionários do Siga, que terão prioridade em futuras admissões. Não há, porém, uma definição da quantidade de mão de obra necessária para o funcionamento do sistema em sua plenitude. A empresa ainda estuda detalhes referentes à logística e itinerários. É esse redesenho do sistema que vai indicar quantas pessoas e ônibus são precisos para operar o transporte coletivo.

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::: Grupo no Facebook reúne experiências de usuários do novo transporte de Blumenau