Sob investigação no Ministério Público, o vereador João Carlos Gonçalves (PMDB) está com o salário suspenso na Câmara de Vereadores de Joinville e não voltará a recebê-lo mesmo com a revogação da prisão, na noite desta quarta-feira, porque continuará impedido de acessar a sede do Legislativo. O vereador é investigado pelos crimes de lavagem de dinheiro e tráfico de influência.

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O juiz Gustavo Henrique Aracheski, da 2ª Vara Criminal de Joinville, substituiu a prisão preventiva por medidas cautelares alternativas. Isto significa que o vereador está afastado da função, proibido de assumir qualquer outro cargo público, não poderá acessar a Câmara de Vereadores, a Prefeitura e a Secretaria de Meio Ambiente (Sema). Além disso, ele está impedido de deixar a comarca de Joinville e de ter contato com os demais investigados ou testemunhas do caso.

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Pelo regimento interno da Câmara, quando o parlamentar falta a uma sessão é descontado o valor proporcional do salário, salvo se apresentar justificativa. No entanto, a prisão e o impedimento legal imposto agora não são válidos para justificar as ausências. Ele continuará acumulando faltas, mas não corre o risco de perder o mandato, pois a perda ocorre quando o parlamentar se ausenta sem justificativa por 25% do total do número de sessões, e sendo final de ano, não haverá tempo hábil para isso.

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O vereador estava preso na Penitenciária Industrial de Joinville, isolado de outros internos, e foi solto às 20h50. Na manhã desta quinta-feira, priorizou assuntos pessoais e se reuniria com o advogado durante o dia para definir os próximos passos na defesa.

Além dele, Elaine Cristina da Silva, irmã do fiscal da Secretaria de Meio Ambiente, Júlio César da Silva, teve a prisão preventiva revogada nesta quarta-feira pelo juiz Aracheski. Apesar de ganharem a liberdade, eles continuam sendo investigados pelo Ministério Público e devem integrar a denúncia que será finalizada pelo órgão nos próximos dias.

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Os outros quatro suspeitos que ainda permanecem presos preventivamente tiveram a revogação da prisão negada. Na decisão, o juiz argumenta que a suposta organização criminosa formada pelo fiscal Júlio César da Silva, a filha Ana Carolina de Medeiros da Silva, o namorado dela, Maurício de Lima Lopes, e pelo ex-vereador Juarez Nicássio Pereira atingiu grande número de pessoas e, “após a deflagração da operação, outra vítimas procuraram o Ministério Público para denunciar novos crimes praticados pelos investigados”.