Todos os seis investigados na Operação Blackmail que estão presos preventivamente em Joinville já foram ouvidos pelo Ministério Público (MP). Deles, apenas o vereador João Carlos Gonçalves (PMDB) preferiu ficar em silêncio.
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Já o fiscal da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), Júlio Cesar da Silva, a irmã dele e a filha, além do namorado da filha prestaram todas as informações ao MP, relataram seus advogados Francisco de Assis Luciano e Mikeias Melo de Quadro. Eles não comentam o teor dos depoimentos porque o caso corre em sigilo.
Somente a defesa do ex-vereador Juarez Pereira (Solidariedade), reforçou que o cliente deixou clara a inocência e se colocou à disposição das autoridades.
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Encerrada a fase de ouvir as testemunhas e os investigados, o advogado Aldano José Vieira Neto, que defende o vereador Gonçalves, fez novo pedido, no final da tarde desta sexta-feira, para revogar a prisão do cliente.
Segundo ele, a Justiça realiza a prisão nesta fase para evitar que investigados venham a ter acesso a provas ou tentem coagir testemunhas, no entanto, elas também já foram ouvidas, diz ele, sem qualquer tipo de incidente.
Até sexta-feira, foram ouvidas mais de 100 pessoas. A fase seguinte é a da análise pericial de todo o material colhido na investigação por parte do Instituto Geral de Perícias (IGP).
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A Operação Blackmail teve origem em uma denúncia na ouvidoria da Prefeitura, pelo número 156, contra o fiscal Júlio e foi encaminhada para Procuradoria-Geral do Município. Diante da gravidade da denúncia, o caso foi encaminhado para o Ministério Público, que apura se ele e demais investigados receberam vantagens indevidas no exercício da função.
Exoneração
Ao ser questionado se há outras denúncias semelhantes contra fiscais na ouvidoria do município, o prefeito Udo Döhler respondeu que não. No entanto, a Prefeitura tem mais de 80 processos administrativo-disciplinar por descumprimento de obrigações em situações diversas. E foi por desvio de conduta que o ex-vereador Juarez Pereira foi exonerado da gestão municipal em janeiro deste ano, explicou o prefeito.
Ele ocupava o cargo de coordenador 1 na Secretaria de Infraestrutura Urbana (Seinfra) desde setembro de 2013. O prefeito não deu detalhes sobre o motivo, apenas informou que a exoneração não tem ligação com a denúncia feita contra Júlio. Na época, foi aberta sindicância e não havia provas que sustentassem outras consequências, a não ser a exoneração do cargo. Udo Döhler defendeu o uso do número 156.
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– Não é feio denunciar, só é possível avançar a partir da denúncia – afirmou o prefeito.
Para Udo, a investigação em curso no Ministério Público não representa a realidade do serviço público municipal. Ele ressaltou a importância do trabalho dos profissionais de fiscalização para a cidade e elogiou a competência e dedicação dos servidores em geral, citando como exemplo áreas como saúde e educação, reconhecidas nacionalmente.