A solicitação foi confirmada em conversa e, em menos de duas semanas, a prefeitura de Florianópolis tem tudo para, finalmente, ser dona do aterro da Baía Sul. O prefeito Cesar Souza Junior viajou na última terça-feira para Brasília e nesta quarta-feira, em reunião com o secretário do Patrimônio da União, Guilherme Estrada Rodrigues, assegurou a cessão em definitivo do espaço que abrigava o antigo camelódromo e o Direto do Campo, no Centro.
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A gestão do aterro da Baía Sul, que tem mais de 30 mil metros quadrados, era uma demanda que a prefeitura buscava desde 2013. Segundo o prefeito, o secretário do Patrimônio da União analisou o pedido e disse que, até o final da semana que vem, a cessão ao município será formalizada em documento. Com essa garantia, os antigos planos de revitalização do espaço voltam à prioridade dos trabalhos. Até porque, hoje, o local está abandonado, sujo e não garante a segurança de quem passa pela região.
— Em primeiro lugar, vamos realizar a limpeza, iluminar a área para garantir a segurança, e parte do espaço vai abrigar um estacionamento, novamente com a gestão da Comcap —contou o prefeito.
Já o projeto de revitalização total do lugar, com espaço para comércios, cafés e restaurantes, por exemplo, ficará para ser revisto no ano que vem. O projeto original de Burle Marx, que foi desenhado no fim da década de 70, poderá ser reaproveitado.
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— Este ano estamos prejudicados com a crise econômica — explicou Cesar Souza Junior.
Relembre
No aterro, funcionaram por mais de duas décadas o camelódromo, onde mais de 250 comerciantes chegaram a trabalhar, e o Direto do Campo. Em 2013, o juiz federal Hildo Peron assinou uma sentença que obrigava a cidade a devolver o terreno para União devido à ausência de licitação dos comércios. Após a saída dos comerciantes, o espaço foi tomado por moradores de rua. A construção foi demolida em abril deste ano.
Durante a greve do transporte coletivo deste ano, o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Urbano, Rodoviário, Turismo, Fretamento e Escolar de Passageiros da Região Metropolitana de Florianópolis (Sintraturb) alegou a falta de um espaço para estacionamento de ônibus e um lugar adequado para os motoristas fazerem intervalo, e surgiu a sugestão de usar o aterro para esta necessidade.
Orla agora é manezinha
Também em suas conversas em Brasília, o prefeito conseguiu a confirmação do secretário Guilherme Estrada Rodrigues da transferência para Florianópolis da gestão de toda a sua orla marítima. A concessão seria de 10 anos e o município teria que acatar uma série de metas propostas pela União, como a revitalização de passeios.
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O Rio de Janeiro também garantiu a gestão da orla, por causa dos Jogos Olímpicos. Florianópolis seria a segunda cidade do país a conseguir. Atualmente, toda a orla marítima do país é de responsabilidade da União. Para fazer qualquer tipo de reforma, a prefeitura precisava pedir autorização à SPU.
De forma prática, a cessão vai trazer menos burocracia e mais poder de decisão à prefeitura. A cidade deverá investir em acessibilidade, cobrar por eventos nas praias e planejar mais facilmente festas como o Réveillon. O prefeito espera que a transferência oficial seja realizada até o início do verão.
— É uma demanda que pedimos há mais de 20 anos. Será uma grande mudança para a cidade. Já temos editais prontos para construção de mais banheiros e chuveiros para a temporada que começa este ano — afirma Cesar Souza Junior.
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