Os dirigentes da União Europeia (UE) Herman Van Rompuy e José Manuel Durão Barroso advertiram o governo egípcio que o bloco está disposto a revisar as relações com o Cairo se a violência não cessar no país. Em um comunicado conjunto, os presidentes do Conselho da Europa e da Comissão Europeia alertam que o aumento da violência pode ter “consequências imprevisíveis” para o Egito e para a região.
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Eles apelam à responsabilidade do governo e do exército para o retorno da calma. “Os pedidos de democracia e por liberdades fundamentais da população egípcia não podem ser ignorados, muito menos banhados em sangue”, afirmam os líderes europeus.
“Em cooperação com os sócios internacionais e regionais, a UE seguirá firmemente comprometida no esforço de promover o fim da violência, a retomada do diálogo político e o retorno de um processo democrático”, segue o comunicado.
“Com este objetivo, a UE, ao lado dos Estados membros, revisará urgentemente nos próximos dias as relações com o Egito e adotará medidas para alcançar estes objetivos”, afirma o texto. Na segunda-feira, representantes diplomáticos dos 28 membros da UE terão uma reunião de emergência em Bruxelas sobre o Egito, antes da convocação de um encontro dos ministros europeus das Relações Exteriores nos próximos dias.
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O comunicado, que ressalta que o fim imediato da violência é crucial, aponta que “embora todos devam exercer a máxima moderação, destacamos a responsabilidade em particular do governo provisório e do exército para acabar com os confrontos”. “A violência e os assassinatos dos últimos dias não podem ser justificados nem tolerados.
Os direitos humanos devem ser respeitados e defendidos. Os presos políticos devem ser liberados”. No Vaticano, o Papa Francisco fez um novo apelo a favor da paz no Egito.
– Seguimos rezando pela paz no Egito – declarou o pontífice no tradicional Ângelus dominical no Palácio Apostólico na praça de São Pedro.
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Os partidários do presidente deposto Mohamed Mursi convocaram novos protestos neste domingo a partir das 11h (horário de Brasília), imediatamente depois da oração nas mesquitas, com o lema “a semana do fim do golpe de Estado”.
Ao fim do horário de toque de recolher neste domingo, o clima era calmo nas ruas do Cairo, onde, pela primeira vez desde quinta-feira passada, o transporte público voltou a funcionar e o tráfego era normal. A convocação de manifestações provoca o temor de novos confrontos, similares aos registrados nos últimos quatro dias e que deixaram mais de 750 mortos, em sua maioria simpatizantes de Mursi.