A Polícia Militar (PM) deslocou a Tropa de Choque para a região onde estaria sendo montada uma segunda ocupação Amarildo neste domingo. O local fica ao lado do Costão Golf Club, na SC-406, no Rio Vermelho, no Norte de Florianópolis.

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O Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT) já havia sido chamado para o local durante a tarde. Por volta das 18h, cerca de 20 a 30 policiais acompanhavam a situação. O clima ficou mais tenso quando a polícia retirou uma rampa de acesso ao terreno, impedindo que novos carros e pessoas entrem no local ocupado. Não houve confronto.

O terreno no Rio Vermelho pertence à União, mas é cedido à fundação Lar Recanto da Esperança. A PM tem em mãos um e-mail assinado pela diretoria da fundação, pedindo providências ao poder público e afirmando que não autoriza a ocupação.

O terreno pertencia ao traficante carioca Paulinho da Matriz e hoje abriga um centro de tratamento para dependentes químicos. A diretoria do Recanto da Esperança não foi localizada pela reportagem.

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Segundo o major Fábio Matos de Melo, a polícia não recebeu ordens para retirar ninguém e apenas acompanha a situação, cuidando para que não aconteçam interferências no trânsito da rodovia.

De volta para Florianópolis

O deslocamento das pessoas que acampavam na região do Morro dos Cavalos, em Palhoça, começou durante a madrugada deste domingo. De acordo com um dos líderes da ocupação, Rui Fernando, o acampamento no terreno em Palhoça era provisório e eles aceitaram a transferência da SC-401 para lá apenas para evitar que algo mais grave acontecesse, comprometendo a integridade das famílias.

As famílias começaram a deixar o terreno ocupado na SC-401 na última terça-feira. Elas foram realocadas para uma área próxima ao Morro dos Cavalos, no bairro Maciambu, em Palhoça.

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Porém, a proprietária dessa área afirmou que não permitiu a ocupação. O imóvel da mexicana Rocío Delfín foi alugado pelo padre Luiz Prim em 2008 e ele que teria deixado que a região fosse usada com acampamento provisório.

A área de Morro dos Cavalos foi reconhecida pelo Ministério da Justiça em 2008 como terra indígena. Por isso, Rocío espera o desenrolar da questão para vender o imóvel ou receber a indenização do governo federal. Além disso, ela e seu ex-marido disputam a propriedade do terreno em um processo que tramita na Vara de Família do Fórum de Palhoça.

O Conselho Indigenista Missionário – Regional Sul (Cimi Sul) divulgou uma nota no dia 19 de abril, Dia do Índio, em que condenava a ocupação do terreno em Palhoça – reivindicada por eles como terra indígena Guarani.

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No texto, eles dizem que a transferência do acampamento pelo governo estadual e federal é um ato de violência contra os Guarani. O Conselho também afirmou se solidarizar com os integrantes do acampamento, “que dignamente lutam por terra, moradia e justiça”.

Com informações do repórter Diogo Vargas.

:: PM foi acionada para evitar que ocupação Invada terreno ao lado. Ouça a entrevista com o Comandante João Henrique, concedida à CBN Diário