A Polícia Militar posicionou o Pelotão de Patrulhamento Tático em frente a Ocupação Amarildo, no terreno ao lado do Costão Golf Club, na SC-406, no Rio Vermelho, na Capital. Por enquanto, eles apenas acompanham a ocupação para que não haja interferência no trânsito da rodovia, e não possuem ordem para retirar ninguém. Vários moradores observam apreensivos a montagem do acampamento.

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O deslocamento do acampamento da região do Morro dos Cavalos, em Palhoça, para este terreno na Ilha começou durante a madrugada deste domingo.

De acordo com o líder da ocupação, Rui Fernando, o acampamento no terreno em Palhoça era provisório e eles aceitaram a transferência da SC-401 para lá apenas para evitar que algo mais grave acontecesse, comprometendo a integridade das famílias:

– Nós somos companheiros dos índios, estamos aqui para somar na luta dos movimentos sociais – afirmou o líder em entrevista à rádio CBN – A ocupação aqui tem por objetivo manter um acampamento provisório até que saia a homologação das nossas terras e o efetivo assentamento das famílias – concluiu.

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Ele afirmou também que parte das famílias se locomoveu para este terreno e ele espera que até terça-feira todas as 496 famílias estejam presentes.

Segundo o blog Bloco de Notas, do Diário Catarinense, neste local funciona o Lar Recanto da Esperança, que atende dependentes químicos em recuperação.

:: PM foi acionada para evitar que ocupação Invada terreno ao lado. Ouça a entrevista com o Comandante João Henrique, concedida à CBN Diário

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Polêmica em terreno em Palhoça

Depois de deixarem o acampamento na SC-401, no norte da Ilha, as famílias estavam alocadas em um terreno próximo ao Morro dos Cavalos, no bairro Maciambu, em Palhoça, desde a última terça-feira, 15. Porém, a proprietária dessa área afirmou que não permitiu a ocupação. O imóvel da mexicana Rocío Delfín foi alugado pelo padre Luiz Prim em 2008 e ele que teria deixado que a região fosse usada com acampamento provisório.

A área de Morro dos Cavalos foi reconhecida pelo Ministério da Justiça em 2008 como terra indígena. Por isso, Rocío espera o desenrolar da questão para vender o imóvel ou receber a indenização do governo federal. Além disso, ela e seu ex-marido disputam a propriedade do terreno em um processo que tramita na Vara de Família do Fórum de Palhoça.

O Conselho Indigenista Missionário – Regional Sul (Cimi Sul) divulgou uma nota no dia 19 de abril, Dia do Índio, em que condenava a ocupação do terreno em Palhoça – reivindicada por eles como terra indígena Guarani. No texto, eles dizem que a transferência do acampamento pelo governo estadual e federal é um ato de violência contra os Guarani. O Conselho também afirmou se solidarizar com os integrantes do acampamento, “que dignamente lutam por terra, moradia e justiça”.

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