A rua Presidente Prudente de Moraes, uma das principais vias da zona Norte de Joinville, acumula reclamações de moradores a respeito do calçamento. Na avaliação deles, a rua registra grande fluxo de pedestres e de veículos, e a falta de manutenção da via a torna problemática. A Prudente é a nona reportagem da série Teste AN nas Ruas.
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A rua tem apenas 2,1 quilômetros de extensão, mas os moradores convivem com comércios, dois centros de educação infantil (CEIs) e uma universidade. Ela começa no entrocamento com a rua Dr. João Colin, no bairro Santo Antônio, e termina na rua Guilherme, no Costa e Silva. A estudante Karyna Pscheidt, 21 anos, mora no local há três anos e, para ela, a irregularidade nos paralelepípedos incomoda bastante porque gera barulho a qualquer hora do dia.
— O que mais incomoda é a barulheira causada por causa dos veículos que abusam da velocidade e o tipo de pavimento da rua — afirma Karyna.
Apenas no trecho de uma quadra, entre as ruas Blumenau e Dr. João Colin, há asfalto, mas ele está com muitos remendos e sinalização apagada. Ao longo do trajeto, há pelo menos quatro placas de velocidade máxima de 60 km/h. Uma delas, perto da avenida Marquês de Olinda, apresenta más condições de conservação. E, mesmo com as placas, nem todos os motoristas respeitam o limite de velocidade. A falta de lombadas também contribui para que isso ocorra.
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A Prefeitura informa que já solicitou ao governo do Estado a pavimentação do trecho. O custo da obra foi orçado em R$ 3,6 milhões. A assessoria da Agência de Desenvolvimento Regional de Joinville diz que existe a possibilidade de a obra ser feita por meio de convênios do Fundo de Apoio aos Municípios (Fundam), como já ocorreu com as ruas Tenente Antônio João e Piratuba.
Barulho até dentro de casa
O aposentado Zivaldo Cardoso, 57 anos, diz que o barulho provocado pelo desnivelamento do calçamento é sempre muito estressante. Além disso, ele alerta para alguns trechos que têm paralelepípedos soltos, podendo provocar acidentes na via. Ele mora em um prédio da rua há cerca de três anos e afirma que, nesse período, não observou nenhuma manutenção sendo feita pela Prefeitura. O morador lamenta o “esquecimento da Prudente”, já que enxerga na rua um ótimo lugar para se morar.
– Tem vários comércios aqui na rua e ela é próxima do Centro da cidade também. Caminhando, se consegue ir a supermercados, escolas e hospitais. Essa é a vantagem, pena estar tão esquecida – declara.
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O trânsito na rua também é intenso, tanto de veículos quanto de pedestres. Além do fácil acesso a diversos locais, o movimento tem a ver com o campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde estudam 1.665 alunos. A partir de fevereiro do ano que vem, a sede da universidade em Joinville irá se transferir para o Perini Business Park, o que deve amenizar a situação.
Outro ponto problemático é o trecho que passa entre a avenida Marquês de Olinda e a rua Ricardo Landmann. Ali, quando chove forte, o trecho fica alagado. De acordo com a Prefeitura, o projeto de pavimentação da Prudente de Moraes contempla também as obras de drenagens. O projeto de melhorias foi encaminhado ao governo do Estado para execução, mas não tem data para ser realizado.
Sinalização é deficiente em área escolar
Se em toda a via o limite de velocidade é 60 km/h, em frente aos dois CEIs as placas indicam a redução para a 30 km/h. Entretanto, nos dois locais, as sinalizações vertical e horizontal que marcam os limites estão com imperfeições. Apenas em frente a uma unidade há faixa de pedestre, já apagada pela ação do tempo. Na outra, que fica perto da esquina com a Marquês, um poste de luz cobre parte da placa que indica a área escolar.
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– Faz quase dois anos que não pintam a faixa (de pedestre) aqui em frente. Lá no outro CEI, nem faixa de pedestre tem. Já aconteceram acidentes aqui na frente porque o motorista não viu que tinha a faixa e teve que frear bem em cima da hora – afirma a pedagoga Edilene Ilg, 50.
Segundo ela, a falta de radares no local, aliada às falhas de sinalização, favorecem o abuso de velocidade, principalmente em frente à área escolar. Os horários de maior movimento são entre as 7h30 e 8h30 e 17h30 e 18h30. Ainda de acordo com a pedagoga, a região ficou mais perigosa depois que a universidade começou a funcionar no local, aumentando significativamente o fluxo de pessoas e de veículos.
— Por causa da grande quantidade de gente na rua, volta e meia acontece um assalto aqui na região. No mês passado, uma funcionária do CEI teve o carro furtado — destacou.
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Conforme a Prefeitura, o Departamento de Trânsito (Detrans) está realizando o levantamento das ruas que precisam receber o reforço da sinalização viária. Está em andamento a licitação, por meio do edital número 009/2017, para a contratação da empresa que vai executar as obras. Assim que esse processo for finalizado, iniciam-se os trabalhos de revitalização.