O jornal ‘A Notícia’ começa nesta quarta-feira uma série de reportagens feitas nas principais ruas de Joinville. A ideia é responder à seguinte pergunta: Como estão as nossas ruas? Nas próximas semanas, iremos mostrar as condições estruturais e de tráfego das vias, ouvir moradores e motoristas, além de buscar respostas junto ao poder público para as reivindicações mais relevantes que envolvem esses trajetos.
Continua depois da publicidade
O Teste AN realizou seu primeiro raio X na rua Albano Schmidt, situada entre os bairros Boa Vista e Iririú. A via tem aproximadamente 5 quilômetros de extensão e é uma das principais rotas de acesso à zona Leste de Joinville. O trajeto também é caminho para uma das maiores indústrias da cidade, a Fundição Tupy, que, somente na unidade da Albano Schmidt, conta com cerca de 7,8 mil funcionários.
De ponta a ponta, partir do entroncamento com a rua Graciliano Ramos até a Curva do Nereu, a Albano Schmidt expõe poucos problemas, mas alguns deles geram fortes reivindicações de moradores e motoristas. Entre os pedidos enumerados pela comunidade estão melhorias na sinalização asfáltica e aumento no número de faixas de segurança.
A equipe de reportagem de ‘AN’ verificou as condições da pintura asfáltica durante a visita e avaliou ainda quesitos como a presença de ciclovia, corredor exclusivo para ônibus e estacionamento para veículos ao longo da via. Também foi considerada a qualidade da iluminação pública e da pavimentação.
Continua depois da publicidade
Garantir a segurança dos pedestres é o desafio
Por ser uma via rápida, apesar de contar com 26 faixas de segurança, driblar os riscos de acidentes e atropelamentos ainda é um desafio para quem transita diariamente pela região. Durante a nossa passagem, tivemos dificuldade para atravessar de um lado ao outro da via mesmo na faixa de pedestre: cerca de dez delas estão com pinturas desgastadas e, muitas vezes, os veículos ignoram os pedestres que tentam atravessar a rua.
Essa é a principal reivindicação comunitária.De acordo com o comerciante Leomar de Mattos, que tem um ponto comercial na Albano Schmidt há 15 anos, essa é uma realidade diária no local. Conforme ele, muitos acidentes acontecem porque, quando o motorista enxerga a faixa e para para o pedestre, o veículo que vem atrás não visualiza e acaba causando acidentes.
Os problemas de sinalização viária ocorrem principalmente no trecho do bairro Iririú.
– A sinalização (horizontal) tem problema. Fizeram a pavimentação nova faz uns dois anos e depois acho que não houve mais pintura no asfalto. Tem uma faixa na frente da minha loja e o pedestre fica esperando para passar e tem gente que não vê. Tem motorista que para, mas aí vem outro e bate atrás. Muita gente tem que passar corrido porque vai passando e, dali a pouco, o carro vem. Seria bom, por exemplo, fazer igual em Balneário Camboriú e Itapema e ter uma passarela ou lombada (física) para o pessoal passar – sugere.
Continua depois da publicidade
Conforme o Departamento de Trânsito (Detrans) de Joinville, por ser uma via troncal, a rua Albano Schmidt não é apropriada para implantação de lombadas físicas. O controle de velocidade na rua é feito por meio de três radares de fiscalização com velocidade máxima permitida de 60 km/h e uma lombada eletrônica, com velocidade máxima de 40 km/h. Há ainda oito sinaleiros na via.
Fiscalização existe, mas acidentes são frequentes
Segundo a Prefeitura, os redutores de velocidade foram colocados nas áreas de maior circulação de pessoas e de veículos e próximo à Escola Presidente Médici (lombada eletrônica). No entanto, a comunidade ainda presencia situações de perigo envolvendo pedestres.
Segundo a mãe de uma aluna, que não quis se identificar, o risco é maior nos horários em que estudantes saem do colégio, localizado na rua de trás, e precisam atravessar a Albano Schmidt para chegar até o ponto de ônibus. Conforme ela, os estudantes chegam até a via principal pela rua Paquetá e dividem espaço com os veículos para não perder o ônibus e seguir até a Estação Tupy.
Continua depois da publicidade
– Já foi reivindicada uma faixa nesse ponto porque é perigoso. Tem uma faixa próxima daqui, em frente à Caixa Econômica Federal, mas na pressa para não perder o ônibus, eles atravessam bem na frente do ponto. Aí abre o sinal e eles ainda estão atravessando – conta.
A situação é refletida nos dados do Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville. Até o último dia 10, a corporação registrou sete acidentes com pedestres na rua. No mesmo período, o número total de incidentes envolvendo apenas veículos e bicicletas chegou a 40.
O reforço na pintura e na sinalização viária pode contribuir para a segurança de motoristas e pedestres e, segundo a Prefeitura, deve acontecer ainda neste ano.
Continua depois da publicidade
Pavimentação em bom estado
Com sentido único na direção Centro-bairro, a Albano Schmidt recebe o fluxo a partir da rua Aubé com alguns buracos, mas que podem gerar problemas para o trânsito nos momentos de pico.
Durante a passagem pela rua, ‘AN’ identificou poucos buracos ao longo da via. No geral, as condições asfálticas são boas. Há também ciclofaixas em boas condições durante todo o percurso e a iluminação noturna é satisfatória.
Em alguns trechos, os desníveis exigem maior cuidado dos motoristas e ciclistas, o que contribui para o aumento das filas às 7h, às 11h30, às 13h e às 18h. Nesses horários, a via rápida registra lentidão no trânsito e congestionamentos por causa da abertura e do fechamento do comércio e a entrada e saída de funcionários do trabalho e de alunos das escolas.
Continua depois da publicidade
Sem estacionamento, além dos destinados ao comércio, o trânsito para quando algum carro quebra ou quando os motoristas precisam chegar ou sair de suas casas em meio ao vaivém de veículos, ciclistas e pedestres.
Para o casal Regina Rodrigues e Valdecir Nunes, que moram em Joinville há sete anos e mantêm um comércio na região, se houvesse melhoria nos desníveis e buracos, o trânsito poderia fluir mais rápido e melhor.
– É preciso mais ações tapa-buracos, não tanto na Albano, mas nas ruas próximas. Aqui o maior problema é o desnível do asfalto. Às vezes, passa um ônibus e dá trepidação. Nos dias de chuva, as poças d’água se confundem com os buracos – diz Regina.
Continua depois da publicidade
Segundo a Prefeitura, não há previsão de implantação de áreas de estacionamento na rua porque isso limitaria a fluidez e aumentaria o nível de trânsito na região, sendo necessário adaptações, como a redução da largura das pistas e da velocidade da via.
Revitalização e busca de recursos
Ainda não há prazo estabelecido pela Prefeitura de quando será efetuada a revitalização da Albano Schmidt. O Executivo informou que as melhorias de infraestrutura na rua, como reparo nos desníveis, dependem de um conjunto de ações que envolvem também obras de saneamento.
A primeira ação está prevista para setembro, com a implantação de uma rede coletora de esgoto na zona Leste. O trabalho é feito pela Companhia Águas de Joinville, e somente depois da conclusão dessa obra, a Prefeitura deve iniciar o planejamento para a revitalização e busca de recursos – ainda sem prazo definido.
Continua depois da publicidade
RAIO X
Limite de velocidade
Entre 40 km/h e 60 km/h.
Radar
Há três redutores de velocidade (60 km/h) e uma lombada eletrônica (40 km/h).
Sinalização
Há oito semáforos e a sinalização vertical, de placas indicativas, é satisfatória. É necessária a realização de melhorias na pintura e sinalização asfáltica (horizontal).
Principal pedido dos moradores
Melhorias na sinalização gráfica horizontal (executada sobre o asfalto), principalmente no trecho que compreende as ruas Praia Grande e Iririú. Colocação de lombadas físicas e aumento do número de faixas de segurança em pontos estratégicos.
Faixas de pedestre
Das quase 30 faixas de segurança existentes na via, cerca de um terço delas está com a pintura gasta, o que dificulta a identificação da travessia dos pedestres.
Continua depois da publicidade
Estacionamento
Existem só estacionamentos exclusivos para clientes do comércio local.
Infraestrutura para ciclista
Há corredor exclusivo para ciclistas em toda a extensão da rua. Ao todo, são cinco quilômetros de ciclofaixas.
Faixa exclusiva de ônibus
Não há corredor exclusivo para ônibus em nenhum ponto da Albano Schmidt.
Iluminação pública
Encontra-se em boas condições.
Horários de pico
Segundo moradores ouvidos pelo ‘AN’, os principais horários de pico da via são às 7h, às 11h30, às 13h e às 18h, quando há entrada e saída de escolas e de funcionários do trabalho. O período de maior fluxo é registrado nas sextas-feiras, ao final de tarde.
Buracos
Há poucos buracos na via. O primeiro deles, logo no começo, no entroncamento com a rua Graciliano Ramos. Outros estão localizados em pontos distintos e são de pequeno porte. Conforme os moradores, o desgaste do asfalto causa trepidação em determinados pontos com a passagem de veículos pesados, como ônibus e caminhões.
Continua depois da publicidade