Na sexta reportagem do Teste AN nas Ruas, percorremos os 2,9 km da rua Fátima, via que abriga a Subprefeitura da Região Sudeste de Joinville — responsável por atender a uma população de mais de 100 mil pessoas em sete bairros. A rua também é conhecida por cortar três das principais ruas da zona Sul: Monsenhor Gercino, Florianópolis e Guanabara, provocando gargalos no trânsito.

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A lentidão acontece mesmo fora dos horários de pico, que, em geral, ocorrem no início da manhã e no fim da tarde e é sentida pelos motoristas logo na entrada da rua. O maior problema é enfrentado por motoristas que trafegam no sentido Centro-bairro pela Monsenhor Gercino e precisam acessar a rua Fátima. As duas vias se cruzam, mas passar de uma para a outra só é possível por um desvio logo à frente, nas ruas Elpídio Lemos e Maria Julia Pereira. O percurso é cerca de 500 metros mais longo.

Em outro cruzamento, desta vez com a rua Florianópolis, na entrada do bairro Fátima, além da lentidão no trânsito quem anda a pé passa sufoco. Não há sinalização para guiar a passagem dos pedestres e muitos se arriscam em meio aos carros para atravessar a rua. O problema acontece porque o semáforo abre para duas pistas, a preferencial da Florianópolis e a da rua Fátima. A reportagem presenciou várias situações de risco na travessia.

Em uma das cenas, acompanhamos as tentativas da funcionária pública Cristiane Pfeiffer de atravessar a rua com a filha, mesmo com o sinal fechado para uma das pistas. Usando bengala há seis meses por causa de um desgaste na cartilagem de um dos joelhos, ela teve dificuldade para passar de um lado para o outro.

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— O risco para atravessar aqui é direto e é bem perigoso porque não tem o semáforo específico para pedestres, ainda mais num cruzamento que tem muito movimento. O fluxo aqui é direto, mas, principalmente, nos horários de pico não se anda aqui. Eu tive que esperar até o sinal fechar, que nos dão poucos segundos para aproveitar e passar — conta.

A condição é confirmada pelo trocador de óleo Gilmar Rocha, que trabalha em um posto de gasolina nas proximidades do cruzamento. Segundo ele, a incidência de acidentes por causa do sinaleiro que abre para dois dos lados das ruas é frequente. A maioria deles envolvendo pedestres ou carros que cortam a frente um do outro.

Estudo

Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Joinville informou que, com relação à lentidão no trânsito e aos empecilhos no acesso à rua Fátima, um estudo está sendo realizado visando à alteração do fluxo de veículos na região. Conforme a administração municipal, está prevista a adoção de mão única no acesso à Elpídio Lemos, entre a Monsenhor Gercino em direção à Fátima, e na Anitápolis em direção à Monsenhor Gercino. A proposta visa a dar mais fluidez ao trânsito e prevê ainda a possibilidade de que o trecho da Monsenhor Gercino faça binário com a Anitápolis.

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Quanto aos transtornos provocados pela falta de sinalização para pedestres no cruzamento entre as ruas Fátima e Florianópolis, o Departamento de Trânsito (Detrans) diz que está prevista a instalação do equipamento no local até o mês que vem.

Asfalto também está na lista das queixas

A cobertura asfáltica também precisa de manutenção, conforme avaliação de moradores ouvidos pelo jornal “A Notícia” durante o Teste AN. Segundo a comunidade, há muitos buracos ao longo da estrada e muito desnível asfáltico. Os trechos que exigem mais atenção do poder público estão nas proximidades da rua Ismael Silva, onde a Fátima termina.Problemas de sinalização, como o desgaste de placas e pintura asfáltica, também são relatados. Em um dos casos, em frente à praça Padre Érico, uma lombada física não está pintada. A elevação também é ínfima, apesar de haver placa indicando sua existência. Em outro ponto, na ponte sob a qual passa o rio Itaum-mirim, a falta de roçadas atrapalha a passagem dos pedestres.

Para as famílias locais, a falta de manutenção da via e entorno atrapalha a circulação. Isso acontece com frequência com o casal Claudionor e Alexandra Echel, que passam com frequência pela rua com a filha Ester, de um ano, a bordo de um carrinho infantil. Com calçadas desniveladas e condições asfálticas adversas, a família precisa, por vezes, andar na pista.

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— O asfalto é um problema porque nós dependemos desse carrinho para sair com ela (Ester), e aí as calçadas são elevadas e não dá para andar; já o asfalto é cheio de buracos. Esses dias, nós estávamos vindo aqui (rua Fátima) e eu até discuti com um taxista, porque ele viu que eu estava precisando ir para o meio da rua para passar com ela e ele não me entendeu, mas não se tem acessibilidade – relata Claudionor.

Conforme os operadores mecânicos Ezequiel Rosa e Ivo Siedschlag, que trabalham em uma mecânica na rua, os buracos no trajeto também contribuem para o estrago de muitos veículos. “Isso é direto”, dizem, sobre os atendimentos relacionados aos problemas veiculares provocados pelas más condições asfálticas.

Edital em andamento

Sobre a manutenção da sinalização, o Departamento de Trânsito (Detrans), da Prefeitura de Joinville, destaca que está realizando o levantamento das ruas que precisam receber o reforço da sinalização viária por meio de licitação. O edital 009/2017 continua em andamento para a contratação da empresa que vai executar as obras e, quando o processo for finalizado, iniciam-se os trabalhos. As ruas da região Sul serão contempladas dentro deste cronograma.

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Já a manutenção da passagem sobre a ponte citada é feita pela Subprefeitura Sudeste, e um pedido foi encaminhado à unidade, que vai colocar o trecho no cronograma de serviços.

A Prefeitura informa ainda que faz ações de tapa-buracos na rua Fátima, mas, no momento, não há previsão de obra de recapeamento nesta via, devido à limitação financeira.