Dois suspeitos de terem participado do apedrejamento a um ônibus com torcedores do Avaí, que resultou na morte de João Grah, 27 anos, prestaram depoimento na DIC de Balneário Camboriú nesta segunda-feira, cumprindo intimação da polícia.
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João Rodrigues, 20 anos, se reservou ao direito de ficar calado. O irmão dele Michael Rodrigues, 26, deu sua versão do ocorrido e, de acordo com o delegado Osnei de Oliveira, da Divisão de Investigação Criminal, passou informações que seriam conflitantes com a apuração.
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– Embora o Michael diga que algumas pessoas foram até a casa deles, mas que logo saíram de lá, a investigação aponta que houve uma reunião antes do crime dentro da residência. Está demonstrada nos autos a participação dele e do irmão. Houve essa reunião, um dos carros usados na ação era da família e a informação que temos é de que ambos estavam presentes na ocorrência – declarou.
Ainda de acordo com Osnei, Michael nega ligação com a Fúria Marcilista, mas o delegado afirma que ele aparece em fotos que deixam claro a relação com a torcida organizada. Depois do interrogatório, os irmãos foram liberados.
A DIC aguarda a apresentação e o depoimento de novos suspeitos, aguardados para ocorrer nos próximos dias, para definir outras medidas, como a possibilidade de pedidos de prisão. Também nesta semana, devem ser ouvidas em Florianópolis algumas pessoas que estavam dentro do ônibus quando o veículo foi atingido pelas pedras.
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Contraponto
O advogado Luiz Eduardo Cleto Righetto, que defende os irmãos Rodrigues no caso, diz que Michael não estava no local da ocorrência e que João aparece nas imagens, mas que é o único que não atira nenhuma pedra.
O defensor destaca ainda que ninguém tinha a intenção de tirar a vida de alguém e que ocorreu uma “infelicidade”. Sobre a ação possivelmente ter sido planejada, Righetto afirma que “foi tudo muito rápido e não tem questão de premeditação como levantado inicialmente”.
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Imagens mostram um dos carros envolvidos no apedrejamento seguindo ônibus: